GASTRONOMIA

França, Alemanha e Reino Unido pedem reunião sobre imigração.

Pedido foi feito à União Europeia; países querem medidas urgentes.

Em 30/08/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Os ministros do Interior da França, da Alemanha e do Reino Unido pediram neste domingo (30) à presidência da União Europeia que organize uma reunião nas duas próximas semanas sobre a chegada de grande quantidade de imigrantes às fronteiras do bloco.

Guerras, pobreza, repressão política e religiosa são alguns dos motivos da crise imigratória, sobretudo na Síria, Afeganistão,  Iraque, Líbia e Eritreia.

De acordo com um relatório da ONU, somente neste ano, mais de 220 mil imigrantes teriam chegado à Europa pelo Mediterrâneo. Já uma agência da União Européia dedicada ao tema aponta a chegada de 340 mil nos primeiros sete meses do ano.

 

No sábado (29), o francês Bernard Cazeneuve, o alemão Thomas Maizière e a britânica Theresa May fizeram um encontro  às margens da reunião de nove países europeus em Paris para reforçar a segurança no transporte ferroviário. O pedido para a cúpula só foi divulgado neste domingo através de comunicado, segundo a EFE.

Os ministros pediram a reunião em menos de duas semanas para poder assim "preparar eficazmente as decisões" do Conselho de Justiça e Interior que deve ocorrer no próximo dia 8 de outubro, e "avançar concretamente em diferentes pontos".

Os representantes dos três países destacaram a "necessidade de tomar medidas imediatas para enfrentar o desafio constituído pelos fluxos migratórios". Além disso, ressaltaram a urgência de iniciar o mais rápido possível, antes mesmo do fim do ano, os cadastros dos imigrantes que chegam à Itália e à Grécia na base Eurodac, identificando aqueles com "necessidade manifesta de proteção".

Eles também pediram o estabelecimento de uma lista de países de origem segura para poder completar o regime comum europeu de asilo, proteger os refugiados e garantir a efetividade das devoluções dos imigrantes ilegais aos países de origem.

Crise migratória
Nos sete primeiros meses do ano, o número de imigrantes nas fronteiras da UE chegou a 340.000, contra 123.500 no mesmo período em 2014, segundo a agência Frontex, responsável pelas fronteiras externas do espaço Schengen.

Nos últimos meses, as cenas de caos se multiplicam nos países do leste da Europa à medida que milhares de migrantes avançam para o continente de ônibus, de trem ou a pé.

Alguns governos europeus têm se recusado a receber refugiados e resistido a propostas da União Europeia para criar um plano comum para lidar com a crise, que está se intensificando devido a uma onda de imigrantes que fogem da guerra e da pobreza em África, na Ásia e no Oriente Médio, como informou a agência Reuters.

Acusação contra a Hungria
Neste domingo (30), o chanceler francês, Laurent Fabius, acusou países da Europa Oriental, nomeadamente a Hungria, de uma política "escandalosa" em relação aos refugiados, que vai contra os valores da União Europeia.

A crítica acontece um dia depois da Hungria anunciar que finalizou a construção de uma barreira constituída de três rolos de arame farpado que se estende ao longo de 175 km da fronteira com a Sérvia.

O projeto, uma iniciativa do primeiro-ministro populista Viktor Orban, foi aprovado por ampla maioria no Parlamento húngaro. Segundo o ministro húngaro das Relações Exteriores, Peter Szijjarto, a cerca que a Hungria não viola quaisquer acordos internacionais.

Tragédias
Nessa semana, duas tragédias chamaram a atenção da comunidade internacional. Na quinta-feira (27), um caminhão com os corpos de 71 migrantes foi encontrado em uma estrada no estado austríaco de Burgenland. Quatro suspeitos de transportar os migrantes, que seriam de origem síria, foram detidos.

Ainda na quinta, dezenas de corpos de migrantes foram encontrados na costa da Líbia após o naufrágio de um barco com cerca de 400 pessoas. As autoridades líbias levaram 147 sobreviventes para um centro de detenção de imigrantes ilegais em Sabratha, a oeste de Trípoli.

Fonte: EFE