ESPORTE INTERNACIONAL
Francês Ocon alcança vitória incrível no GP da Hungria de F1
Esteban Ocon foi o herói improvável de um GP da Hungria inacreditável neste domingo (1º).
Em 01/08/2021 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O GP da Hungria de 2021 entra para a história da F1 como uma das corridas mais caóticas, insanas e imprevisíveis dos últimos tempos. Esteban Ocon foi o improvável vencedor depois do caos na primeira volta. E Lewis Hamilton alcançou um terceiro lugar com gosto de vitória.
A chuva e um erro de Valtteri Bottas logo nos primeiros metros ajudaram a fazer do GP da Hungria uma das melhores e mais caóticas corridas da Fórmula 1 em muitos anos. Mas outros tantos fatores tornaram a prova deste domingo (1) espetacular, sobretudo a performance de muitos pilotos, mas também de erros de estratégia das duas principais equipes da atualidade, Mercedes e Red Bull e até um fato bizarro e inédito com Lewis Hamilton alinhando sozinho no grid para a relargada depois de toda a confusão no início da prova. Claro que todo o caos mexeu com a corrida e entregou um resultado completamente inesperado. Esteban Ocon, acredite se quiser, venceu pela primeira vez na Fórmula 1 e levou a Alpine ao topo do pódio. Sebastian Vettel, que teve chances reais de triunfar, foi o segundo com a Aston Martin, enquanto Hamilton, que chegou a andar em 14º, passou Carlos Sainz e garantiu um pódio com gosto de vitória ao cruzar a linha de chegada em terceiro. Uma jornada gigantesca do heptacampeão.
Em jornada até apagada neste domingo, Sainz ainda garantiu um quarto lugar para a Ferrari, enquanto Fernando Alonso, companheiro de equipe de Ocon, foi o quinto. Pierre Gasly marcou o sexto lugar com a AlphaTauri, sendo seguido por Yuki Tsunoda, seu parceiro de time. Gasly ainda marcou a volta mais rápida da prova e garantiu o ponto extra na Hungria. A Williams pontuou pela primeira vez desde 2019 e logo com seus dois pilotos. De forma inacreditável, também, Nicholas Latifi terminou em nono, à frente do badalado companheiro de equipe, George Russell.
Max Verstappen, depois de tudo o que aconteceu na primeira volta e com um carro bastante avariado, teve muitas dificuldades na corrida, lutou para passar a McLaren de Daniel Ricciardo e foi apenas o décimo colocado.
Na classificação do campeonato, a Mercedes e Hamilton foram os grandes vencedores do fim de semana. Lewis agora soma 192 pontos, contra 186 de Verstappen, e reassume a liderança do Mundial na saída pra as férias. E a Mercedes tem 300 tentos, 10 a mais que a rival Red Bull.
A Fórmula 1 faz uma pausa de quatro semanas, vai para as férias de verão no Hemisfério Norte e volta a acelerar no fim de agosto com o GP da Bélgica, a 12ª etapa desta efervescente temporada 2021.
O caos se fez presente na largada do GP da Hungria. Com a pista molhada em razão da chuva que deu as caras pouco antes do início da prova, Valtteri Bottas provocou um verdadeiro salseiro e estragou não só o seu fim de semana, mas também de Lando Norris, Sergio Pérez e, principalmente, de Max Verstappen.
Hamilton tracionou melhor na largada e manteve a ponta, enquanto o finlandês patinou e ficou para trás. Bottas foi ultrapassado por Lando Norris, que partiu muito bem, por Verstappen e até por Pérez. O piloto da Mercedes perdeu o controle no fim da curva, não conseguiu frear e acertou Norris, que por tabela bateu em Verstappen. Valtteri acertou também o carro de Pérez, que bradou: "Enorme idiota". Gasly, que vinha por fora na curva para tentar escapar, também foi atingido.
No meio desse salseiro todo, Charles Leclerc vinha por dentro na curva 1, mas foi atingido pela Aston Martin de Lance Stroll. Por consequência, a Ferrari do monegasco acertou a McLaren de Ricciardo, que tentava escapar de toda a confusão.
Resultado? Primeiro, o safety-car, que foi substituído pela bandeira vermelha pela direção de prova. Abandonaram Pérez, Bottas, Leclerc e Stroll, enquanto Verstappen, com o carro bastante avariado, teve de ir para os boxes para que a Red Bull pudesse fazer algum reparo.
Com a interrupção da corrida, Hamilton era o líder. E pasme: Esteban Ocon era o segundo, enquanto Sebastian Vettel estava em terceiro lugar. Carlos Sainz aparecia em quarto na tabela de tempos, enquanto Yuki Tsunoda, que largou em 16º, inacreditavelmente surgia em quinto, seguido por Nicholas Latifi! Fernando Alonso, George Russell, Kimi Räikkönen e Mick Schumacher fechavam a lista dos dez primeiros, enquanto Verstappen figurava apenas em 13º.
Quando a direção de prova anunciou que a corrida recomeçaria dentro de 15 minutos (ou 10h32 de Brasília), a McLaren confirmava o abandono de Norris, o quinto a deixar o GP da Hungria.
Enormemente chateado por abandonar a corrida tão cedo, Leclerc afirmou: "Belo jogo de boliche. Frustrado demais", escreveu no Twitter.
No horário previsto, a Fórmula 1 iniciou procedimento para uma nova largada, e parada. Com a pista praticamente seca em muitos trechos, Hamilton optou por continuar na pista com os pneus intermediários e foi o único a alinhar no grid para a relargada. Todos os demais pilotos foram para os boxes para fazer a troca para os pneus médios. Uma cena inacreditável na Hungria.
Na volta seguinte, a Mercedes chamou Hamilton para o pit-stop depois de cochilar lindamente na Hungria. Lewis, que despontava para uma vitória quase certa, caiu para 14º e último no pelotão, enquanto Ocon, acredite, era o líder, seguido por Vettel e Nicholas Latifi. Verstappen aparecia em 11º e perseguida Schumacher. Ou seja, estava tudo aberto na corrida.
Outro piloto a abandonar a prova era Nikita Mazepin. O russo vinha para os boxes da Haas para fazer o pit-stop, mas foi acertado pela Alfa Romeo de Kimi Räikkönen, que saída da sua linha nos boxes após a parada.
O cenário era mesmo esse: Ocon na frente, seguido por Vettel e Latifi em terceiro. Tsunoda era o quarto e Sainz aparecia em quinto. Hamilton, em 14º, reclamava da turbulência que atrapalhava a aproximação dos carros à sua frente. E Russell, que aparecia em sétimo lugar, lançava uma mensagem curiosa no rádio da Williams:
"Se vocês precisarem comprometer minha corrida para ajudar Nicky, faça isso", declarou o britânico, fazendo menção a Latifi, em terceiro.
A duras penas, Hamilton passou Giovinazzi e subiu para 13º, ficando assim a duas posições de Verstappen. Mas o holandês tratou de dar show ao abrir passagem no pelotão e, por fora e usando e abusando dos limites de pista, passou Mick Schumacher e assumiu o décimo lugar. E Räikkönen, que estava em oitavo, foi punido em 10s por conta do incidente com Mazepin no pit-lane.
Voltas depois, Hamilton passou Schumacher e, com Räikkönen no pit-lane a cumprir a punição, aparecia em 11º. Verstappen era o nono colocado.
Lá na frente, Vettel encostava em Ocon e já podia acionar a asa móvel para tentar a ultrapassagem. Há tempos que o tetracampeão não tinha uma chance real de vencer novamente na Fórmula 1.
Sem conseguir se aproximar dos carros à frente, Hamilton foi chamado pela Mercedes para fazer uma nova parada. Na base da estratégia, a equipe heptacampeã do mundo espetou pneus duros no carro de Lewis. Na volta 21, a seguinte, foi a vez de a Red Bull repetir a estratégia com Verstappen para marcar o movimento do rival, assim como a McLaren fez com Ricciardo.
Hamilton deu tudo, fez o undercut em cima de Verstappen e conseguiu passar Ricciardo por fora, na saída da curva 1, depois das respectivas paradas para troca de pneus. Lewis assumiu o décimo lugar e deixou o carro da McLaren entre ele e Max. Golpe de mestre.
Lewis continuava a abrir passagem: deixou Russell para trás depois do pit-stop do britânico, superou Schumacher e aparecia em oitavo, tendo à frente a Williams de Latifi. Verstappen continuava atrás de Ricciardo e tentava subir na corrida, mas tinha uma jornada hercúlea pela frente.
Ocon seguiu na frente e tinha 1s3 de vantagem para Vettel. Sainz, com o pit-stop de Latifi, subiu para terceiro e tinha Alonso em quarto e Gasly em quinto. Tsunoda, depois de já ter feito a parada e a troca para os pneus duros, vinha em sexto, enquanto Lewis já era o sétimo depois de ultrapassar Latifi.
Hamilton não tomou conhecimento de Tsunoda e assumiu a quinta colocação depois que Gasly fez seu pit-stop. Lewis tinha pela frente Alonso, com pneus médios, Sainz, de compostos duros, e Vettel e Ocon, também com os médios. Mais atrás, Russell fez manobra incrível por fora na saída da curva 1 para passar Schumacher e assumir a nona posição.
A Aston Martin chamou Vettel para seu pit-stop na volta 37. O tetracampeão caiu para terceiro, enquanto a Alpine tinha uma inacreditável dobradinha com Ocon em primeiro e Alonso em segundo. No giro seguinte, a equipe francesa chamou Esteban para sua parada, e Alonso assumiu a ponta, o que não acontecia desde o GP da Hungria de 2014! Ocon era o segundo e Vettel, com pneus mais aquecidos, estava logo atrás na pressão.
Vettel lutou muito para fazer a ultrapassagem, mas começou a ver Ocon cada vez mais longe. Esteban reassumiu a liderança depois do pit-stop de Alonso, que voltou à pista em quinto. Hamilton aparecia em quarto e Verstappen reclamava de "algo quebrado" no seu carro. A Red Bull o chamou para um novo pit-stop, feito em apenas 1s8, novo recorde da temporada. Max voltou em 12º com pneus médios.
Com pneus mais desgastados, Hamilton foi chamado pela Mercedes para mais um pit-stop. O heptacampeão voltou à pista em quinto com pneus médios e distante 23s da liderança. Era tudo ou nada para Lewis buscar uma vitória histórica e improvável.
Vettel encostou de novo em Ocon e ainda aproveitou o tráfego para encurtar a diferença e se assumir de vez como um concorrente à vitória. Hamilton também partia com tudo para tentar o triunfo e reduzia para 16s a diferença para Ocon com 19 voltas para o fim da prova. Lewis tinha pista livre para tentar o inacreditável. E Verstappen continuava fora dos pontos, em 11º.
Mas para chegar à vitória, Hamilton teria de lutar ainda mais e passar quem estava à sua frente. O primeiro deles foi Alonso, que vendeu muito caro a quarta posição contra o ex-rival nos tempos de McLaren e brilhou com uma pilotagem defensiva. Assim, Hamilton via a vitória cada vez mais distante.
Verstappen só conseguiu voltar à zona de pontuação quando restavam nove voltas para o fim. Mas o holandês estava longe, muito longe de amenizar o estrago com a primeira volta da corrida.
Depois de muito tentar, Hamilton conseguiu passar Alonso depois de um erro do espanhol na curva 1 durante a volta 65. Lewis partiu para cima de Sainz e lutou por um lugar no pódio em Hungaroring. Com três voltas para o fim, o piloto da Mercedes fez a ultrapassagem e assumiu a terceira posição, notável posição para quem andou lá atrás no grid depois de todo o erro de estratégia da equipe.
O histórico e caótico GP da Hungria coroou um novo vencedor na Fórmula 1: depois de 70 voltas, Esteban Ocon comemorou seu primeiro triunfo no Mundial. Um triunfo épico e inesperado do francês da Alpine.
Resultado do GP
1) Esteban Ocon (Alpine/Renault)
2) Sebastian Vettel (Aston Martin/Mercedes)
3) Lewis Hamilton (Mercedes)
4) Carlos Sainz Jr. (Ferrari)
5) Fernando Alonso (Alpine/Renault)
6) Pierre Gasly (AlphaTauri/Honda)
7) Yuki Tsunoda (AlphaTauri/Honda)
8) Nicholas Latifi (Williams/Mercedes)
9) George Russell (Williams/Mercedes)
10) Max Verstappen (Red Bull/Honda)
11) Kimi Räikkönen (Alfa Romeo/Ferrari)
12) Daniel Ricciardo (McLaren/Mercedes)
13) Mick Schumacher (Haas/Ferrari)
14) A.Giovinazzi (Alfa Romeo/Ferrari)
OUT) Nikita Mazepin (Haas/Ferrari)
OUT) Lando Norris (McLaren/Mercedes)
OUT) Lance Stroll (Aston Martin/Mercedes)
OUT) Charles Leclerc (Ferrari)
OUT) Valtteri Bottas (Mercedes)
OUT) Sergio Pérez (Red Bull/Honda)
Mundial de pilotos
1) Lewis Hamilton, 192 pts
2) Max Verstappen, 186
3) Lando Norris, 113
4) Valtteri Bottas, 108
5) Sergio Pérez, 104
6) Charles Leclerc, 80
7) Carlos Sainz Jr., 80
8) Daniel Ricciardo, 50
9) Sebastian Vettel, 48
10) Pierre Gasly, 48 - (Por Fernando Silva - Grande Prêmio e Gabriel Gavinelli - F1 Mania)
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