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Francisco elogia inclusão social e pede unidade na Bolívia.
O Papa permanecerá na Bolívia até sexta-feira e, depois, segue para o Paraguai.
Em 09/07/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O Papa Francisco iniciou, nesta quarta-feira, uma visita à Bolívia, um dos países mais pobres da América do Sul, com elogios aos "passos importantes" em favor da inclusão social e do meio ambiente dados pelo governo, e também pediu diálogo e unidade.
Como já havia feito no Equador, primeiro país de sua viagem pelo subcontinente, o Papa renovou os votos pela família e pelos jovens. Ele permanecerá na Bolívia até sexta-feira e, depois, segue para o Paraguai.
O avião com o sumo pontífice aterrissou às 17h15 (18h15 de Brasília) no aeroporto de El Alto, a 4.000 metros de altitude, vizinho da cidade de La Paz. O Papa foi recebido pelo presidente Evo Morales, que o abraçou e lhe entregou uma "chuspa" (pequena bolsa andina).
"Recebemos com os braços e o coração abertos o papa dos pobres", disse Morales na cerimônia de boas-vindas.
Em sua chegada, Francisco reconheceu "os passos importantes" do governo de Evo Morales em matéria de "diálogo" e "inclusão" na vida econômica e social do país e garantiu a atuação da Igreja na defesa de ambos.
Aparentando estar bem, apesar da altitude e do frio, o pontífice cumprimentou as crianças vestidas com trajes típicos. Uma delas conseguiu até tirar uma "selfie" com o Papa.
Francisco percorreu uma rua estreita calçada com tijolos de sal do boliviano Salar de Uyuni - o maior deserto de sal do mundo - enfeitada com a flor da quinua. Em seguida, divulgou uma mensagem de um altar que é uma réplica da Igreja de Laja, onde La Paz foi fundada em 1548.
"A Bolívia está dando passos importantes para incluir amplos setores na vida econômica, social e política do país, e suas leis reconhecem os direitos das minorias", declarou o pontífice em seu encontro com Morales.
Segundo o Papa, "o progresso integral de um povo" deveria transcorrer "sem excluir nem rejeitar ninguém", no momento em que setores da oposição local denunciam serem perseguidos pelo governo Morales.
Em sua breve mensagem aos bolivianos, Francisco destacou o "crescimento dos valores nas pessoas", explicando que, "se o crescimento for apenas material, sempre se corre o risco de que a abundância de uns se construa sobre a escassez de outros".
Francisco criticou a política que se guia pela "especulação financeira", assim como a economia regida pelo paradigma da "produção máxima", alegando que não resolvem os problemas sociais.
"Se a política se deixar dominar pela especulação financeira, ou a economia, ser regida unicamente pelo paradigma tecnocrático e utilitarista da produção máxima, não poderão sequer compreender - e, menos ainda, resolver, os grandes problemas que afetam a humanidade", declarou Francisco em um discurso na Catedral de La Paz.
O Papa também falou da disputa marítima entre Bolívia e Chile, insistindo em que "o diálogo é indispensável".
"Todos os temas, por mais espinhosos que sejam, têm soluções compartilhadas, razoáveis, justas e duradouras" de conflitos "entre povos irmãos", defendeu.
"Estou pensando no mar... O diálogo é indispensável", disse Francisco.
"O desenvolvimento da diplomacia com os países ao redor, que evite os conflitos entre povos irmãos e contribua para o diálogo franco e aberto dos problemas, é hoje indispensável", disse o Papa, durante o encontro na Catedral de La Paz com as autoridades civis.
"De qualquer modo, não deve ser motivo de agressividade, rancor e inimizade, que agravam mais a situação e tornam sua resolução mais difícil", acrescentou.
Bolívia reivindica do Chile que negocie a recuperação da saída ao mar perdida durante a guerra travada no século XIX.
Na noite desta quarta-feira, Francisco foi recebido por Morales na Casa de Governo, e o presidente deu ao Papa um peculiar crucifixo em madeira com Cristo sobre uma foice e um martelo, símbolos do comunismo.
O Papa presenteou Morales com uma reprodução do mosaico "Salus Populi Romani", imagem da virgem com um menino nos braços, que desde 1611 ocupa a magnífica capela Paulina da Basílica Santa Maria Maggiore.
Fonte: AFP