ECONOMIA NACIONAL
Fração das exportações no PIB, de 11,5%, é uma das mais baixas do mundo.
Segundo José Serra, essa é uma situação comum em economias continentais.
Em 25/10/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse nesta terça-feira, 25, que a parcela das exportações brasileiras no Produto Interno Bruto (PIB), de 11,5%, é uma das mais baixas do mundo. Segundo ele, essa é uma situação comum em economias continentais, mas que também reflete o peso "imenso" do Custo Brasil.
Ao participar de um seminário sobre comércio exterior na capital paulista, Serra listou a carga tributária excessiva, o custo da dívida e as deficiências de infraestrutura como fatores, de "fora do portão das fábricas", que tiram a competitividade dos produtos nacionais.
O foco do governo, disse, tem sido atacar a questão fiscal, numa referência à PEC 241, que será votada em segundo turno hoje na Câmara e que propõe fixar um teto ao avanço das despesas primárias da União como alternativa ao aumento de impostos. Serra disse que apenas o custo de administração tributária nas empresas - fora o pagamento de impostos - corresponde a 1% do PIB. "É extraordinário o peso disso", comentou.
Ele mencionou ainda em sua participação no seminário, promovido pela Folha de S.Paulo, o papel "fundamental" do comércio internacional como indutor de demanda e aumento da produtividade numa economia.
Também criticou barreiras comerciais de dentro do Mercosul - apontando que a prioridade dos países do bloco é a liberdade do comércio interno - e voltou a dizer que é questionável a tese de que a economia brasileira é a mais fechada do mundo.
Enquanto vê entraves à consolidação de um acordo entre Mercosul e União Europeia já no ano que vem, Serra enfatizou que o governo continua avançando nas negociações com os Estados Unidos para eliminação de barreiras não tarifárias.
Ao abordar soluções à volta dos investimentos no País, o ministro afirmou que o governo tem dado prioridade a concessões e citou a greve na Receita Federal, com o impacto "enorme" sobre o Custo Brasil, como exemplo dos motivos que provocam interesse da gestão Temer em acelerar as privatizações de serviços públicos.
Fonte: Folha de S.Paulo