SAÚDE
Gastos do SUS são mais altos do que custo da rede privada
A afirmação foi feita pelo economista Benoni Antonio Santos.
Em 28/09/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Os gastos mensais realizados pelo Estado, municípios e União para atender a população dependente do Sistema Único de Saúde (SUS) na Grande Vitória são mais elevados do que os da rede privada cobertos por planos de saúde. A afirmação foi feita pelo economista Benoni Antonio Santos, diretor administrativo e financeiro do Hospital Metropolitano, que apresentou dados de um estudo que realizou durante o 5º Congresso Brasileiro Médico e Jurídico, que está sendo realizado, até sexta, 29, no Centro de Convenções de Vitória.
Segundo Benoni Santos, a análise foi feita com base em informações apuradas em 2016 na Revista dos Municípios Capixabas, na Unimed, na Agência Nacional de Saúde (ANS), no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e no Portal da Transparência do Espírito Santo. Os gastos mensais para a parcela da população dependente do SUS na Grande Vitória são de R$ 191,36, enquanto que o custo médio dos planos de saúde na região no mesmo período por pessoa é de 156,00, ou seja, uma diferença de 22,6%.
O diretor lembra que a população da Grande Vitória é de 1,9 milhão de pessoas, das quais 747 mil possuem plano de saúde e 1,2 milhão dependem do SUS.
Para Santos, o resultado dessa diferença representa um desperdício do dinheiro público empregado na saúde, que deveria estar sendo utilizado em situações que realmente beneficiassem a população.
“Todos os dias vemos matérias na imprensa sobre falta de leitos, de material cirúrgico, medicamentos que não estão disponíveis. E do outro lado, o do desperdício, vemos toneladas de remédios sendo descartadas pelas secretarias de saúde porque passaram do prazo de validade, equipamentos novos lacrados, acumulados em galpões, e que poderiam estar sendo usados para atender à sociedade. Como gestor da área de saúde, sei que existe uma forma diferente de isso acontecer”, observou.
Congresso
A judicialização da saúde é um dos principais temas em discussão no congresso, e também é resultado da falta de gestão adequada do setor, na área pública, na avaliação do presidente regional do congresso, Remegildo Milanez. Ele avalia que é preciso coerência e cuidado com os excessos.
Remegildo Gava Milanez lembra que, somente este ano, até o mês de maio, o custo para o Ministério da Saúde com a judicialização do setor foi de R$ 715 milhões. A previsão é de que até o final do ano essa despesa chegue à cifra de R$ 7 bilhões, incluindo estados e municípios.
( Foto: Divulgação)