POLÍTICA INTERNACIONAL
Governo de Hong Kong não descarta pedir ajuda a Pequim
A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam.
Em 08/10/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou nesta terça-feira que não descarta a possibilidade de aceitar a ajuda de Pequim para resolver a crise política em seu território, diante de protestos cada vez mais violentos do movimento pró-democracia.
A região semiautônoma do sul da China é cenário há quatro meses de protestos e ações praticamente diárias que, nos últimos dias, terminaram em confrontos entre policiais e ativistas radicais, em meio a atos generalizados de vandalismo.
A decisão de invocar uma lei de emergência do período colonial para proibir o uso de máscaras durante as manifestações atiçou ainda mais a mobilização.
Grupos radicais atacaram dezenas de estações de metrô – a empresa que administra o serviço é acusada de ser pró-Pequim – e a rede de transportes foi muito afetada. Alguns manifestantes também atacaram estabelecimentos comerciais e empresas vinculadas à China continental.
Nesta terça-feira, os cidadãos de Hong Kong retornaram ao trabalho depois de um fim de semana prolongado.
Carrie Lam acredita que seu governo tem capacidade de solucionar a crise, mas acrescentou que pode solicitar a ajuda de Pequim se a situação continuar fora de controle.
“No momento, continuo convencida de que temos que encontrar uma solução por conta própria. Esta é também a posição do governo central, que pensa que Hong Kong tem que enfrentar o problema sozinho”, explicou em sua entrevista coletiva semanal.
“Mas se a situação piorar muito, nenhuma opção pode ser descartada se queremos que Hong Kong tenha uma segunda chance”, advertiu.
Lam foi muito criticada pelos manifestantes por sua decisão de proibir as máscaras, que são muito utilizadas por uma população ainda traumatizada pela epidemia de Síndrome Respiratório Aguda Grave (SARS) em 2003.
Como resposta à proibição, dezenas de milhares de manifestantes desafiaram as autoridades nos últimos três dias e saíram às ruas com os rostos cobertos.
Um estudante e uma mulher de 38 anos foram acusados na segunda-feira pelo uso de máscara e liberados após o pagamento de fiança.
Lam considera que é muito cedo para afirmar se a proibição é eficaz ou não.
“Vocês concordarão que precisamos de tempo para implementar uma nova política ou uma nova lei”, argumentou. AFP