Governo Federal acelera processo para privatizar rodovia BR 262.

Empresas privadas interessadas em assumir as obras de duplicação e a administração da BR 262 no Espírito Santo têm prazo até o próximo dia 10 para manifestarem-se junto ao ministério dos Transportes. A segunda maior rodovia do Estado foi incluída em cima da hora no novo - e duvidoso - pacote de concessões da presidente Dilma Rousseff (PT), lançado na semana passada.
A expectativa é que haja agentes da iniciativa privada de olho no trecho, cujas obras no relevo acidentado são bem mais difíceis e demoradas do que na parte mineira da estrada - que liga Vitória a Belo Horizonte.
Após ser autorizada pelo ministério, via processo de Manifestação de Interesse (PMI) cujos editais foram publicados na semana passada, a empresa tem 180 dias (seis meses) para entregar o estudo. Com isso, embora a previsão da pasta seja para o quarto trimestre deste ano, a conclusão dessa parte do processo pode sair só no início de 2016.
“Ainda não dispomos dos nomes das empresas interessadas nas PMIs. Até 10 de julho, elas têm de manifestar interesse em determinado trecho. A autorização sai em até cinco dias com a análise de documentos”, diz ministério dos Transportes.
O governador Paulo Hartung (PMDB) não recebeu novas informações do governo federal sobre a BR 262 depois da cerimônia em que Dilma, ao lançar a nova fase do Programa de Logística (PIL) com privatizações na infraestrutura, deixou de fora o trecho capixaba da rodovia, só reinserido após o mal-estar com Hartung no evento. Atribuiu-se a um “ajuste técnico” essa não inclusão inicial no rol alardeado na apresentação oficial.
O senador Ricardo Ferraço (PMDB) evita polemizar sobre as condições orçamentárias da União para tocar o empreendimento “inadiável da perigosa 262”. “As informações da concessão são muito pouco concretas, mas ninguém discute a necessidade de duplicação e intervenção radical da BR 262 para dar segurança e conforto aos usuários”.
As interrogações começam mo histórico fracassado da via. Não é a primeira vez que Dilma tenta a concessão: o leilão de 2013 deu deserto pelo desinteresse do mercado nas condições impostas no edital. “Precisamos aguardar a publicação do novo edital”, pondera Ferraço. Não há data para o leilão. Os editais precisam ser elaborados, analisados no Tribunal de Contas da União e lançados na praça à caça de empresas interessadas.
Aeroporto terá megalojas
A empresa GJP (do grupo CVC) desistiu de construir um hotel na área do aeroporto de Vitória alegando problemas junto à Prefeitura para obter licenças. O prefeito Luciano Rezende (PPS) se reunirá novamente com a Infraero esta semana para tratar do cancelamento, mas a estatal diz que reavaliará o planejamento do edifício ante o destrato da CVC. Localizado a 3 km do terminal na avenida Dante Michelini, o hotel licitado teria 5 mil m2, com café da manhã incluso na diária, lavanderia e traslado até o aeroporto.
Essa obra está fora do contrato para fazer os novos pátio, pista e terminal de passageiros. Fora desse contrato também está a construção de um home center no terminal - o edital será aberto hoje para propostas, e lojas como Leroy Merlin, Dicico e TendTudo podem se instalar na área comercial, que será alugada pela Infraero ao arrematante.
A Secretaria de Aviação Civil (SAC) confirmou que o ministro Eliseu Padilha estará em Vitória no próximo dia 25 para assinar a ordem de serviço do aeroporto. As obras de R$ 523 milhões começam imediatamente. Segundo o Planalto, não há previsão de Dilma ir ao Estado para o evento.
Já a nova torre de controle, pronta há dois anos, é um dilema: a Aeronáutica reafirmou ontem a previsão de funcionamento para o 2º semestre de 2016. A Infraero, porém, reitera que fez as adequações solicitadas pelos Bombeiros na estrutura e agora depende da vistoria do CINDACTA III no final de julho. Se estiver tudo ok, a torre muda de lugar e começa a operar, diz a estatal.

Gazetaonline