ECONOMIA NACIONAL
Governo vai estimular emissão de títulos pelo setor privado, diz Levy
BNDES deve reduzir ainda mais limites para financiamento de longo prazo.
Em 10/04/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O governo irá estimular a emissão de títulos pelo setor privado para fomentar o mercado de capitais e criar melhores condições para a retomada do investimento no país. Após encontro com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou que o BNDES irá reduzir ainda mais os limites dos financiamentos referenciados pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo).
Pela proposta que deverá ser oficializada dentro de 30 dias, o acesso ao percentual máximo de crédito referenciado por TJLP nos financiamentos do BNDES passará a ser condicionado a emissão de um valor mínimo de debêntures (títulos de renda fixa mais longos). A TJLP está fixada hoje em 6%,
Levy destacou que a maior expansão do BNDES com recursos do Tesouro se esgotou e é necessário aproveitar também o “apetite” do mercado de capitais. “A diminuição de dualidade em geral significa mais oportunidades, melhores incentivos, preços mais realistas, mais eficiência e mais espaço para o crescimento da economia”, disse.
Segundo Levy, o novo instrumento incentivará as grandes empresas a fazer mais uso do mercado de capitais e ajudará numa distribuição mais equilibrada dos recursos do BNDES.
“A disponibilidade de TJLP agora é mais limitada do que já foi no passado, mas esse mix, com a emissão de debênture, permite ter uma cesta, uma composição que é muito atraente para o emissor”, afirmou o ministro. “Ao mesmo tempo, permite o BNDES direcionar os recursos do banco, que são limitados, para outros setores que têm menos acesso ao mercado”, completou.
A estimativa da Anbima é que as novas emissões somem de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões nos próximos 3 anos.
“Não pode todo o financiamento de longo prazo estar quase que exclusivamente sob a responsabilidade do BNDES”, destacou o presidente do banco estatal, Luciano Coutinho, que também participou da reunião.
Segundo o BNDES, apesar do crédito mais restritivo no BNDES, as companhias que combinarem a captação de recursos junto ao BNDES com a emissão de debêntures corporativas poderão reduzir o custo financeiro médio de suas operações.
“Para ter acesso ao mesmo teto de hoje, só emitindo debêntures”, resumiu Julio Raimundo, diretor do BNDES (assista ao vídeo acima). "Muitas vezes as debentures tem um custo até mais baixo no mercado. As primeiras simulações demonstram que, na composição total de cestas, o custo pode ficar até inferior ao da política atual", completou.
Apesar da mudança, o BNDES afirma que o custo final do financiamento para as empresas não irá subir e que irá cair entre 1 e 2 pontos percentuais ao ano.
Para explicar a medida em formatação, ele citou o exemplo hipotético de uma empresa que hoje consegue financiar pelo BNDES cerca de R$ 300 milhões com TJLP. Pelo novo modelo, o limite cairia para cerca de R$ 150 milhões e para ter acesso aos outros R$ 150 milhões a empresa terá que emitir debêntures também no valor de R$ 150 milhões.
Novas taxas
Em fevereiro, o BNDES anunciou novas opções de financiamento para compra de bens de capital, com taxa fixa a valores mais altos que os praticados pelo banco (juros de mercado) para complementar os financiamentos no Programa de Sustentação do Investimento (PSI).
A taxa, atualizada mensalmente, permite ampliar para até 90% a participação de financiamento do BNDES para compra de ônibus e caminhões. O PSI financia com taxas fixas a compra de bens de capital de fabricação nacional.
Fonte:G1.com