POLÍTICA NACIONAL

Governo vai usar forças nacionais para desobstruir estradas

Não vamos permitir que população fique sem itens de primeira necessidade.

Em 25/05/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O presidente Michel Temer anunciou há pouco que o governo irá implementar de imediato um plano de segurança para superar os efeitos do desabastecimento causado pela paralisação dos caminhoneiros.

“Comunico que acionei as forças federais de segurança para desbloquear as estradas e solicito que os governadores façam o mesmo. Não vamos permitir que população fique sem itens de primeira necessidade, que consumidores fiquem sem produto, que hospitais não funcionem”, afirmou. “Governo teve coragem de dialogar e terá coragem agora de exercer sua autoridade diante do povo”, completou.

Segundo Temer, quem continuar bloqueando as estradas será responsabilizado e punido. “Vamos garantir o abastecimento. O acordo está assinado e cumpri-lo é a melhor alternativa. O governo espera e confia que cada caminhoneiro cumpra o seu papel”, acrescentou.

O presidente lembrou que a União irá ressarcir a Petrobras para garantir a redução de 10% do preço do diesel e apontou que o acordo prevê a estabilidade de preços a cada 30 dias. Eles citou que governo também firmou acordo com o Congresso para zerar a Cide sobre o diesel.

“Desde o início da semana o Brasil e os brasileiros vem sofrendo com a paralisação dos caminhoneiros. Começamos a tomar previdências ainda no domingo para atender as suas demandas e ontem chegamos a um acordo com as lideranças nacionais dos caminhoneiros”, afirmou.

Temer alegou que o governo atendeu as 12 reivindicações prioritárias dos caminhoneiros, que teriam se comprometido a encerrar a paralisação imediatamente. “Esse foi o compromisso conjunto e deveria ter sido o resultado do diálogo. Muitos caminhoneiros têm feto a sua parte, mas infelizmente uma minoria radical continua bloqueado as estradas”, relatou. (Eduardo Rodrigues e Julia Lindner)

Como informou o Estadão/Broadcast, a Polícia Federal vai investigar a possibilidade de locaute - participação dos patrões - na paralisação dos caminhoneiros, que entrou hoje no quinto dia, apesar do acordo firmado na noite de ontem. Mesmo com a câmara de compensação proposta pelo governo, que manterá, por meio de subvenções bancadas pelo Tesouro, o preço do diesel estável para os distribuidores, o que se constata hoje é a ampliação dos pontos de retenção das estradas e não a redução do movimento, como esperava o governo.

Locaute é caracterizado quando empresários de um setor contribuem, incentivam ou orientam a paralisação de seus empregados. Ou seja, é uma greve liderada pelos patrões, com o intento de obtenção de benefícios para o setor, o que é proibido por lei. Segundo o Estado apurou, a avaliação do próprio governo é de que o Planalto subestimou a proporção que a mobilização poderia tomar, um erro do sistema de inteligência, que é comandado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

© Foto: Valter Campanato/ABr