MEIO AMBIENTE
Greenpeace vai fazer expedição no Rio Doce para avaliar impactos.
Porções de mangues do Espírito Santo merecem atenção, disse ONG.
Em 24/11/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O Greenpeace vai realizar uma série de expedições para avaliar os impactos da lama de rejeitos ao longo do Rio Doce. Para o coordenador de campanhas da organização, Nilo D'Ávila, as porções dos mangues preservados no Espírito Santo e os corais de Abrolhos são as questões que merecem maior atenção das autoridades.
O coordenador destacou que existe uma falha de comunicação do governo federal e da empresa para com a população. “Eles não estão informando devidamente. Falam que não pode entrar na água, mas por que? A informação tem que vir completa. Se a pessoa cais na água, que tipo de risco está correndo? O que tem nessa água?”, questionou.
Com objetivo de produzir um laudo independente sobre os impactos diretos da lama, o Greenpeace vai se associar e apoiar um grupo multidisciplinar de cientistas, engenheiros químicos, zoólogos, que vai fazer uma série de expedições de dentro de onde arrebentou a barragem até a foz.
“Além dos grandes centros, esse grupo vai buscar as regiões mais isoladas, pequenas populações, marisqueiros, pescadores e começar a qualificar o tipo de impacto e procurar quantificar que tipo de reparação tem que ser feito para garantir o meio de vida dessas pessoas", disse D'Ávila.
Análises
O secretário Rodrigo Júdice informou que existem dois tipos diferentes de análise da água do Rio Doce, sendo um relativo à potabilidade e outro que diz respeito aos danos ambientais. O resultado que se obteve, até o momento, foi sobre as condições da água para consumo.
“As análises que já foram feitas apontam que não há metais pesados, como o mercúrio. Existe ferro, manganês, fósforo e isso é normal, porque toda água possui esses elementos. O que prejudica a potabilidade é a quantidade deles. Podemos dizer que turbidez da água já alcançou padrões muito maiores, inclusive, em chuvas torrenciais aqui no estado”, destacou Júdice.
Já o exame da água para efeitos ambientais foi solicitada pelo Iema e está em processo de execução. Segundo o secretário, ainda não foi finalizada, pois aguarda o fluxo dos sedimentos do rio para o mar. “Temos que confrontar análises de antes e as de depois, mas os sedimentos continuam chegando, entrando no mar, então temos que esperar”, falou.
Fonte: G1-ES