EDUCAÇÃO

Grupo protesta contra mudanças em escolas estaduais de SP.

Pais, alunos e docentes protestam contra reestruturação da rede de ensino.

Em 06/10/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Pais, alunos e professores da rede estadual realizavam uma manifestação que chegou a interditar totalmente a pista sentido Consolação da Avenida Paulista, na manhã desta terça-feira (6), em São Paulo. O grupo protesta contra as mudanças que o governo pretende promover para reestruturar o ensino das escolas estaduais paulistas. Entre as medidas estaria a desativação de algumas unidades de ensino.

De acordo com Polícia Militar (PM), os manifestantes começaram a se reunir em frente ao Museu de Artes de São Paulo (Masp) por volta das 8h30. Após bloquear totalmente a passagem dos motoristas na direção da Rua da Consolação, o grupo começou, às 9h, uma passeata.

Eles caminharam até a sede da Secretaria Estadual de Educação, na Praça da República, onde o protesto deve ser encerrado. A maior parte dos estudantes chegou ao local por volta das 12h, após passar pela Rua da Consolação e Avenida Ipiranga.

No horário, o trânsito já havia sido totalmente liberado na Avenida Paulista, mas, por conta dos reflexos do protesto, a via ainda registrava congestionamento de quase 2 km, entre a Praça Oswaldo Cruz e a chegada à Alameda Campinas. Já no sentido Paraíso, não havia pontos de lentidão, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

O estudante Bryan Aftimus, da Escola Caetano de Campos, da Aclimação, foi um dos que compareceu ao protesto. Ao lado de outros colegas, ele espera que a Secretaria de Educação receba representantes dos alunos para discutir o tema. "Chegou um ponto que a gente teve de sair da escola, sair da aula pra vir aqui protestar pela nossa escola", disse o jovem.

A pasta de educação afirmou que já marcou uma reunião com os pais de estudantes para o dia 14 de novembro. Além disto, conforme informou o SPTV, a secretária-adjunta de Educação do estado se ofereceu para receber uma comissão dos estudantes nesta terça-feira, mas os alunos recusaram o convite para a reunião.

Reestruturação do ensino
A medida visa reorganizar a distribuição dos alunos nas escolas. As unidades passarão a atender exclusivamente um dos três ciclos de ensino: o primeiro, que abrange os alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental; o segundo, com alunos do 6º ao 9º ano do fundamental; e o terceiro, que reúne os três anos do ensino médio.

Atualmente, algumas escolas da rede estadual atendem alunos de mais de um dos ciclos. Para a Secretaria Estadual da Educação, o ideal é que as escolas recebam apenas estudantes de um dos ciclos e, desta forma, estejam mais focadas no aprendizado da faixa etária que atende.

A expectativa do governo é de que até mil escolas sejam atingidas com a mudança. Segundo a assessoria de imprensa da pasta de educação, os alunos que vão precisar ser transferidos serão matriculados em escolas que ficam até no máximo 1,5 quilômetro de suas casas. Eles serão informados sobre o endereço da nova unidade até o mês de novembro.

Escolas fechadas
Alunos de pelo menos duas escolas estaduais de São Paulo já foram notificados de que as instituições de ensino nas quais estudam serão fechadas em 2016. O possível fim das atividades está ligado à reestruturação do ensino. As mudanças devem ocorrer em todo o estado, com mais de 400 colégios sujeitos a fechar as portas partir do ano que vem.

A Escola Estadual José Edson Martins Gomes, de Osasco, na região metropolitana, é uma delas. Estudantes contam que funcionários do colégio já comentaram sobre o fechamento e informaram que eles devem buscar outro local para continuar os estudos. A unidade funciona nos três turnos e conta com mais de 1,2 mil alunos dos ensinos fundamental e médio.

A Escola Padre Sabóia de Medeiros, na Chácara Santo Antônio, Zona Sul da capital paulista, seria outra das atingidas pela reestruturação. Se fechar, os 800 alunos da instituição seriam remanejados para a Escola Plínio Negrão, que fica a 3,5 km dali - distância maior do que o limite estipulado pelo governo.

Governo garante vagas
De acordo com Sandoval Cavalcante, dirigente regional de ensino, "nenhum aluno ficará sem vaga". O representante da Secretaria Estadual de Educação ressaltou também que nenhum espaço escolar será inutilizado.

Segundo ele, em caso de "disponibilização" de unidades, elas serão utilizadas para outros serviços de educação. Ou seja, se forem desativadas, as escolas serão transformadas em creches ou Etecs, por exemplo. Cavalcante explicou ainda que não há nenhuma decisão definitiva quanto ao apontamento de quais colégios serão fechados. O dirigente afirma que não está definido nem se algum deles será, de fato, desativado.

"Nós continuamos com processo aberto. Os diretores de escola devem encaminhar suas discussões junto às comunidades escolares. A diretorias de ensino estão abertas a esse procedimento para que possamos fechar a melhor proposta possível, para que os alunos tenham a vagas garantidas e a reorganização possa acontecer", completou.

Fonte: G1-SP