MOTOR

Harley-Davidson Breakout: primeiras impressões.

Com cara de customizada, modelo oferece desempenho robusto.

Em 26/08/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A Harley-Davidson Softail Breakout é uma das principais novidades da linha 2015 da marca, junto com as também novatas Street Bob e Low Rider. Vendida a partir de R$ 58.700, tem o visual como principal atrativo: ela não parece um modelo de linha de produção comum, dá a impressão de ter passado por uma customização.

O modelo chama muita atenção por onde passa, principalmente se possuir o esquema de pintura especial brilhante chamado de Hardy Candy Custom, que faz o valor subir para R$ 60.350 - a moto avaliada pelo G1 possui este acabamento. Ainda existem uma opção de preço intermediário, com dois tons de cor, vendida por R$ 59.150

Apesar de ser uma moto grande e com “motorzão”, o modelo é fácil de conduzir por ter um assento baixo em relação ao solo - 660 mm - e também porque a maior parte de seu peso fica na parte inferior. Mas não se engane: é um modelo pesado, de 309 kg.

A Breakout mantém o estilo já visto no Brasil na CVO Breakout, que era vendida por R$ 98.700, mas não está mais disponível no país. Ela era era mais refinada, com motor maior e também mais cara: a sigla CVO (Custom Vehicle Operations) representa os modelos “customizados de fábrica” pela empresa.

A Softail Breakout é umaversão mais acessível, com um resultado estético bastante similar. Na dianteira, se destacam a roda grande de 21 polegadas e os garfos inclinados, que flertam com o estilo chopper. Enquanto isso, na traseira tem um pneu bem largo, dando à moto um aspecto de dragster.

Por suas características especiais, fica complicado comparar a Breakout aos modelos tradiconais de linha. Seu preço também acaba afastando este modelo de motos de outras marcas, mas, possivelmente, os interessados pela Softail Breakout poderão pensar em uma Triumph Thunderbird Storm.

Harley-Davidson Softail Breakout (Foto: G1)

Beleza desconfortável
Outro ponto utilizado para compor o visual da Breakout é o seu guidão baixo e curto. Durante a avaliação do G1, por trechos urbanos e estrada, essa concepção mostrou prejudicar a ergonomia para o motociclista. Quanto mais baixa a pessoa for, mais precisará esticar os braços, o que pode resultar em uma bela dor nas costas.

Em contrapartida, o banco baixo possibilita fácil acesso dos pés ao solo e também oferece formato anatômico, com encaixe confortável. Os pés também não ficam tão bem apoiados como em outras motos da marca porque a Breakout tem pedaleiras emborrachadas simples, e não as grandes plataformas vistas em outras Harleys. Mas esta escolha combina com o visual mais minimalista do modelo.

Mecânica robusta
Em sua base mecânica, a Breakout não traz nenhuma grande novidade, seguindo a robustez tradicional oferecida pelos motores e câmbios da empresa. O propulsor de 1.585 cc rende 11,8 kgfm de torque a 2.750 rpm, mas a potência da moto não é divulgada, como é tradição da marca norte-americana.

Para a moto brasileira, montada em Manaus, foi escolhida a versão 96B do bicilíndrico refrigerado a ar da H-D, enquanto, nos Estados Unidos, a Breakout utiliza a opção 103B, de maior cilindrada.

Em resposta ao G1, a Harley-Davidson declarou que a escolha desse motor ocorreu porque “se adequa melhor às condições de rodagem para este tipo de moto e público”. Porém, a marca disse que a nada impede de utilizar o 103B no futuro.

Na prática, a Breakout brasileira é um pouco menos poderosa que sua equivalente americana, mas nem por isso o desempenho decepciona. O motorzão garante boas arrancadas e também tem força suficiente para manter boa velocidade de cruzeiro.

Também não necessário trocar excessivamente de marchas e, por falar em câmbio, o funcionamento deste é típico da marca: engates duros e precisos.

Boa viajante
Apesar de o estilo da Breakout combinar melhor com “passeios na cidade”, a moto também é uma opção para viagens. As suspensões são agradáveis, nem muitos moles, nem muito duras, encaixando bem ao estilo Harley-Davidson.

A falta de aerodinâmica também é esperada e a melhor receita é curtir o vento, ao invés de combatê-lo.

Os pontos negativos ficam por conta da já mencionada “canseira nas costas”, causada pela ergonomia, e a excessiva facilidade com que as pedaleiras raspam no chão em curvas.

Como dizem os americanos "she kisses the asfalt" (ela beija o asfalto, em inglês), mas um pouco além da média, já que este é um sintoma comum para o segmento custom.

O indicado é fazer movimentos mais leves ao entrar em curvas e calcular para diminuir o atrito.

Mas é bom o futuro dono considerar que terá de trocar as pedaleiras com certa peridiocidade, pois os limitadores vão se extinguindo até a própria pedaleira começar a tocar o solo.

Visual é grande atrativo
A Breakout está longe de despertar paixões dinamicamente, mas também não faz feio. Tirando o desconforto da posição de pilotagem, a moto possui um conjunto robusto e eficaz. Sem dúvida, o grande atrativo é o visual, sobretudo na versão com a pintura especial brilhante. Se procura uma moto para passeios descolados no final de semana, a Breakout é uma boa opção.

Fonte: AutoEsporte