O trabalho na Brex será 100% remoto e os funcionários receberão ações da empresa, avaliada em mais de US$ 2,6 bilhões de dólares.
A startup norte-americana Brex, criada por dois brasileiros em 2017, abriu novas vagas para engenheiros brasileiros em plena pandemia. O cofundador da empresa, Henrique Dubugras, anunciou a notícia em sua página no Linkedin na noite da última segunda-feira, 6. Segundo o empreendedor, os contratados trabalharão em regime 100% remoto, receberão ações da companhia e um “salário competitivo” em dólar.
O negócio, avaliado em 2,6 bilhões de dólares, ficou conhecido por oferecer cartões corporativos para outras startups e empresas de inovação. Para as novas posições no time de engenharia de produto, a empresa busca profissionais para trabalhar com as linguagens de programação Elixir, Go, Python e React. Não saber alguma linguagem não é um problema para a candidatura. A startup se preocupa mais com as habilidades gerais de engenharia e está disposta a ensinar os novos contratados.
Habilidades necessárias
Em publicação no blog interno, a companhia afirma que está buscando pessoas com uma formação sólida ou muito interesse em construir novos produtos e ferramentas. Para a startup, é importante que o candidato saiba lidar com ambientes em movimento e que fique confortável em um contexto em que precise aprender novas tecnologias e exercer novas funções.
Os profissionais contratados terão que trabalhar remotamente em conjunto com a equipe de tecnologia, que hoje fica sediada em São Francisco, nos Estados Unidos. Além de desenvolver produtos e ferramentas novas, os engenheiros brasileiros precisarão ajudar a aprimorar a experiência do usuário com os produtos, colaborando com especialistas de design, produtos e operações.
A empresa afirma valorizar pessoas que sejam generalistas e trabalhem para resolver os problemas do dia a dia e agradar os clientes. O Brex também valoriza profissionais capazes de colaborar com pessoas com diferentes experiências e conhecimentos. Hoje, há funcionários de mais de 30 nacionalidades, com metade da empresa trabalhando fora de seu país de origem.
O processo seletivo está aberto neste site. Detalhes sobre o número de vagas disponíveis, valor do salário e data de encerramento das inscrições não foram divulgados.
História da empresa
O Brex foi fundado pelos jovens Henrique Dubugras e Pedro Franceschi em 2017, no Vale do Silício. Os sócios tiveram a ideia para a companhia quando estavam cursando ciência da computação na universidade de Stanford e perceberam que conseguiriam criar um jeito mais fácil para dar crédito a outros empreendedores.
Com um modelo de cartão de crédito para startups, conseguiu atrair clientes como Airbnb e foi considerada a empresa mais inovadora do setor financeiro na edição anual da lista de 2020 da revista americana Fast Company.
O sucesso não é inédito. Antes da empreitada nos Estados Unidos, quando tinham 17 anos, os jovens criaram no Brasil a fintech de meio de pagamentos Pagar.me, vendida para a Stone em 2016.
Investimentos
Apostaram no Brex, além dos fundos Greenoaks Capital, DST Global, Kleiner Perkins e a aceleradora Y Combinator, os empreendedores Peter Thiel e Max Levchin, fundadores do PayPal.
Em maio de 2020, a companhia levantou mais de 150 milhões de dólares, em uma extensão da sua rodada de série C, liderada pelos fundos DST Global e Lone Pine Capital. No total, a empresa recebeu 465 milhões de dólares em investimentos desde sua fundação.
Após a rodada, no final de maio, a companhia demitiu mais de 60 pessoas, cerca de 17% do seu total de funcionários, por conta da desaceleração causada pela crise do coronavírus. (Por Carolina Ingizza - Exame)