SAÚDE
Hospital público cearense capacita profissionais em transplantes de coração.
É uma das três maiores insitituições do Brasil em números de transplantes
Em 11/04/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, conhecido também como Hospital do Coração, em Fortaleza, está capacitando 60 profissionais da saúde de cinco estados como forma de ajudar na criação e no aperfeiçoamento de serviços de transplantes cardíacos pelo Brasil.
Considerada referência no Norte e no Nordeste e uma das três maiores insitituições do Brasil em números de transplantes, a unidade recebe mensalmente médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais vindos de hospitais do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Maranhão e Bahia para aulas teóricas e práticas.
Esta semana, eles estiveram em Fortaleza para a terceira atividade presencial da capacitação, que tem duração total de dois anos. O Projeto de Tutoria em Doação de Órgãos e Transplante Cardíaco do Hospital de Messejana surgiu a partir de uma portaria de 2012 do Ministério da Saúde que convidava unidades de saúde do Brasil a ajudar na formação de novas equipes para fazer transplantes em hospitais do Brasil.
“A portaria considerava a necessidade de ampliar o acesso das pessoas ao transplante e também de aprimorar a qualidade dos centros já existentes. Existem grandes vazios assistenciais nessa área”, explica a tutora interdisciplinar do projeto, Socorro Quintino Farias.
Estados sem transplante cardíaco
Devido a esses vazios relatados por ela, muitos pacientes de estados vizinhos se deslocam para se submeterem a um transplante cardíaco no Ceará. A cardiologista Charlene Fernandes, do Hospital do Coração de Natal, no Rio Grande do Norte, é uma das participantes do treinamento. Ela diz que os pacientes com insuficiência cardíaca precisam procurar o estado vizinho para passarem por um transplante.
“Não temos um serviço atuante de transplante cardíaco no estado, especificamente na capital Natal, nem em Mossoró, que é a segunda maior cidade. Quando temos um paciente com indicação de transplante, recorremos ao Hospital de Messejana. Muitas vezes, esse paciente tem que vir morar em Fortaleza por alguns meses até fazer o transplante e passar pelo acompanhamento após a cirurgia”, diz Charlene.
Melhores condições
Para Socorro, a formação de novos centros de transplantes visa a dar condições para que pessoas com insuficiência cardíaca possam receber tratamento nos seus estados ou mais perto de suas cidades. Ela cita o Maranhão, que participa do projeto com uma equipe de profissionais do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), como um estado estratégico para receber a demanda da Região Norte.
“Temos vários pacientes que vêm do Pará e do Amazonas. O Maranhão, pela proximidade com o Norte, poderá assumir essa função. Acredito que há um custo alto para o Ministério da Saúde em levar pacientes para centros de transplantes tão longe de suas casas, além do desconforto de sair de suas cidades.”
O treinamento de profissionais, para a tutora interdisciplinar, é um dos vários elementos necessários para a formação de novos centros de transplantes. Além de equipes habilitadas, os hospitais precisam se estruturar.
“A logística do transplante não é fácil. Envolve estrutura, apoio político. O Hospital de Messejana já avançou em questões legais, em captação de órgãos e é esse exemplo que queremos mostrar para os estados.”
Desde 1998, o Hospital de Messejana fez 340 transplantes de coração em adultos e crianças. Atualmente, a média de cirurgias é 20 por ano. A unidade também faz transplantes de pulmão.
EBC/colaborou TV Ceará