CIDADANIA

Idosos são as maiores vítimas de acidentes de trânsito em São Paulo.

Os dados fazem parte de um estudo elaborado pelo Observatório Paulista de Trânsito.

Em 30/06/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A cada grupo de 100 mil habitantes, 21 idosos morrem em acidentes de transporte terrestre no estado de São Paulo. O número é menor que a média do país, que registra 31,1 mortes por 100 mil habitantes, mas é superior a países considerados desenvolvidos em segurança viária, nos quais o quadro geral de mortos [incluindo idosos] em acidentes de trânsito não ultrapassa cinco mortes a cada grupo de 100 mil. 

Os dados fazem parte de um estudo elaborado pelo Observatório Paulista de Trânsito, vinculado ao Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), e apresentado hoje (30), durante ciclo de palestras sobre segurança viária para idosos, na sede do órgão. O estudo foi desenvolvido em parceria com a Fundación Mapfre.

De acordo com os dados, em 2013 ocorreram 44.812 mortes em todo o país por acidentes de transporte terrestre. Desse total, 6.598 eram idosos. No estado de São Paulo, foram 6.809 mortes. Desse total, 1.119 pessoas tinham mais de 60 anos.

No ano passado, 2.952 idosos vítimas de acidentes de trânsito foram internados no estado. No mesmo período, o registro nacional chegou a 14.908. Em 2013, segundo o estudo, 2.905 idosos foram internados em São Paulo em consequência de acidentes de trânsito, enquanto no país esse número somou 14,5 mil pessoas.

Metade dos idosos que morreram no estado em 2013 por causa de acidentes de transporte terrestre foi vítima de atropelamento. Os atropelamentos também respondem por pouco mais da metade (55%) das internações de idosos em São Paulo no ano passado.

“O que observamos no estado é que os dois tipos de vítimas mais frequentes nessa faixa etária são por atropelamento nas vias ou por acidente dentro do automóvel”, informou o coordenador do Observatório de Trânsito do Detran, José Antonio Oka.

Outro dado que chamou atenção dos pesquisadores é o crescimento do número de idosos vítimas de quedas. “Parte delas ocorre nas vias. São quedas em coletivos, calçadas e ao atravessar a rua. Isso está provocando óbitos na população idosa. Os dados mostram que é preciso atenção e investigação para se buscar soluções”, acrescentou José Antônio.

Capitã do Corpo de Bombeiros de São Paulo, Adriana Leandro de Araújo explicou que, embora não disponha de dados concretos, os bombeiros atendem muitas ocorrências envolvendo idosos no estado. Segundo ela, as principais são quedas, acidentes de trânsito, incluindo atropelamento, e também quedas no interior de veículos, principalmente de transporte público. “Entre as vítimas fatais, percebemos que 9% são idosos”, esclareceu Adriana.

Para Antonio Oka, a grande quantidade de mortes de idosos em acidentes de trânsito pode ser explicada, em parte, pelo envelhecimento da população. “Há necessidade dos setores públicos e da sociedade se prepararem para a nova realidade. Precisamos de melhores opções de deslocamentos para esse público. Temos de adequar os semafóros para que esse público possa fazer a travessia. Também precisamos de transportes públicos adequados e outros desafios para que a qualidade de vida dessa população seja aperfeiçoada em relação à realidade atual.”

Para evitar que os idosos sejam vítimas de acidentes de trânsito, há algumas recomendações gerais. “Como a forma mais comum é o atropelamento, a principal orientação é que o motorista, ao circular por uma área com muitos pedestres, redobre a atenção. É preciso diminuir a velocidade e dirigir com mais atenção. Com relação ao idoso condutor, ele precisa se informar com seu médico, nas consultas e na renovação da habilitação, sobre alguma limitação que esteja sofrendo”, acrescentou Oka.

“É preciso estar sempre atento ao que se está fazendo. Não andar com volume grande, sempre procurar atravessar na faixa, respeitar os sinais de trânsito e ficar visível para os carros. Essa recomendação não é só para os idosos, mas para todos os pedestres”, concluiu a capitã Adriana Leandro.

Agência Brasil