ECONOMIA NACIONAL
Implementação de medidas é desafio para governo Temer, diz Paulo Leme.
Para o presidente do Goldman Sachs, o rumo do novo governo e equipe econômica está correto.
Em 23/05/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O sucesso da implementação de medidas fiscais e suas aprovações no Congresso são os principais desafios a serem superados pelo governo do presidente em exercício, Michel Temer. Para o presidente do Goldman Sachs, Paulo Leme, o rumo do novo governo e equipe econômica está correto.
"A escolha de lideranças também está sendo correta, os nomes escolhidos foram muito bons. Mas a implementação é o grande desafio dessa equipe econômica", lembrou, dizendo que qualquer escolha a ser inserida no pacote fiscal é difícil e que qualquer que seja ela, o principal indicador a ser influenciado é a inflação.
Paulo Leme participou do Fórum Veja - O Brasil que temos e o Brasil que Queremos. O evento contou também com a presença do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Empresas
O presidente da Goldman Sachs defendeu que o governo não analise apenas os problemas relacionados às contas do próprio governo. É preciso, na visão dele, considerar também as dificuldades vividas pelas empresas, ou seja, é necessária a existência de uma resolução para o problema das empresas, inclusive aquelas que estão com as atividades prejudicadas em função de questões judiciais. Leme não citou nome, tampouco fez qualquer menção a investigações relacionadas à Operação Lava Jato.
"Toda crise tem sua impressão digital. A peculiar (dessa crise) é a situação complicada de balanço e situação patrimonial das empresas", afirmou Leme. "Não é uma crise de balanço de pagamento, como estamos acostumados. É uma crise de solvência e de produtividade", complementou.
Na visão de Leme, a situação brasileira não se resolverá em questão de meses ou anos, e por isso é necessária a elaboração de um programa plurianual. No curto prazo, entretanto, há questões que precisam ser consideradas, caso da DRU, sem a qual não condições de cortar gastos, segundo ele.
"Há toda a parte fiscal. Estados e municípios, empresas e estatais que precisam melhorar o balanço, melhorar a dívida de empresas e um modelo que fale com o judiciário e a Fazenda para ajudar as empresas e serem um vetor de crescimento. E o tamanho do ajuste fiscal que deve ser feito pode ser uma surpresa, porque depende do quanto poderemos ter de arrecadação", afirmou Leme.
"É fundamental termos venda de ativos e concessões, sem as quais não teremos financiamento de hiato. Ter essa visão de como essas partes se conversam é fundamental", afirmou o presidente do Goldman Sachs.
Estadão Conteúdo