POLÍTICA INTERNACIONAL

Indonésia diz que não há espaço para comunidade homossexual no país.

Há denúncias de ataques homofóbicos no país muçulmano mais populoso do mundo.

Em 11/08/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Na Indonésia, não há espaço para a comunidade homossexual, indicou nesta quinta-feira (11) um porta-voz da presidência, depois que defensores dos direitos humanos denunciaram uma intensificação de declarações e ataques homofóbicos no país muçulmano mais populoso do mundo.

A comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) sofreu uma "deterioração imediata" de seus direitos, após uma série de ataques verbais de ministros, religiosos partidários de uma linha dura e influentes organizações islâmicas, ressaltou a ONG Human Rights Watch (HRW) em um novo relatório publicado nesta quinta-feira.

Funcionários de alto escalão e instituições indonésias começaram pela primeira vez neste ano a realizar ataques verbais em público contra os homossexuais no sudeste da Ásia, acrescenta o relatório, que revela um apelo para proibir a comunidade LGBT nos campus universitários.

Em resposta a este documento, autoridades indonésias indicaram que a proteção dos direitos da comunidade homossexual no país não era uma prioridade.

"Os direitos dos cidadãos, como ir à escola ou obter uma cédula de identidade, estão protegidos, mas não há espaço na Indonésia para a proliferação do movimento LGBT", declarou à AFP um porta-voz da presidência, Johan Budi.

Ataques verbais contra a comunidade LGBT

Vários ministros figuram entre os integrantes de alto escalão que realizaram recentemente ataques verbais contra a comunidade LGBT. O ministro da Defesa havia vinculado os direitos dos homossexuais a uma "espécie de guerra moderna".

Estas declarações, realizadas no início do ano, provocaram uma intensificação da violência contra as minorias sexuais na Indonésia, segundo o relatório da HRW.

"O impacto da retórica anti-LGBT por parte dos representantes do governo é enorme para nós como pessoas", indicou uma ativista lésbica indonésia no relatório.

"Para aqueles de nós que realizaram tantos esforços e assumiram muitos riscos para se expressar, é um importante passo para trás", lamentou.

olr/np/sr/bfi/tjc/erl/ma/AFP