NEGÓCIOS
Indústria de frango e suínos reduz previsão de exportações
O Brasil enviou 7.000 contêineres de frango para a Europa nos primeiros cinco meses do ano.
Em 11/07/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
SÃO PAULO - A produção e a exportação de carnes de frango e suína do Brasil em 2017 ficarão abaixo das expectativas iniciais, enquanto companhias ainda lidam com os impactos das investigações da operação Carne Fraca, da Polícia Federal, afirmou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) nesta terça-feira.
O grupo disse que espera uma produção de frango em 2017 de 13,1 milhões de toneladas, depois que cortou sua previsão de crescimento para 1 por cento ante 2016, versus uma perspectiva de crescimento 3 a 5 por cento divulgada no início do ano.
As exportações de frango também provavelmente aumentarão apenas 1 por cento, abaixo das expectativas anteriores de 3 a 5 por cento. O grupo agora vê as exportações em 4,4 milhões de toneladas este ano.
A investigação deflagrada em março, que investigou pagamentos de propinas a fiscais sanitários por empresas do setor, fechou temporariamente os mercados para o Brasil, o maior exportador mundial de frango.
Embora nenhum dos principais compradores tenha mantido a suspensão após as investigações, os exportadores do Brasil estão enfrentando maior escrutínio, disse a ABPA.
"O país perdeu credibilidade", disse o presidente da ABPA, Francisco Turra.
A investigação também atrasou uma autorização esperada para exportação de carne de porco para países como a Coreia do Sul e o México.
"Estávamos prestes a receber autorização para exportar carne de porco para o México antes do início da investigação", disse Turra.
A ABPA disse que o Brasil continuaria sendo o maior exportador de frango do mundo, mesmo depois do escândalo, o que levou a controles sanitários mais rigorosos no país e em destinos de exportação.
O Brasil enviou 7.000 contêineres de frango para a Europa nos primeiros cinco meses do ano, disse a ABPA.
A indústria recebeu notificações sobre 3,5 por cento desses contêineres, algumas por questões sanitárias e outras devido a questionamentos sobre embalagem e documentação. O grupo disse que não ficou claro se alguma foi rejeitada.
Enquanto não são concluídas auditorias, as suspensões do governo brasileiro continuam em vigor para nove das 54 plantas certificadas para exportar frango para a União Europeia, disse a ABPA.
O grupo disse que a produção brasileira de carne de porco em 2017 pode aumentar até 1,5 por cento, para 3,750 milhões de toneladas, enquanto os embarques poderiam aumentar no mesmo percentual, para até 800 mil toneladas, se o México e os mercados sul-coreanos abrirem seus mercados.
A indústria de carne suína sofreu menos por causa da operação Carne Fraca, disse Turra. No início deste ano, no entanto, a ABPA havia previsto que a produção de suínos e as exportações cresceriam de 2 a 3 por cento.
Imagem: Agência de Notícias / PR.