ECONOMIA NACIONAL

Inflação oficial volta a ganhar força e fica em 0,61% em abril, diz IBGE.

No ano, IPCA acumula avanço de 3,25% e, em 12 meses, de 9,28%.

Em 06/05/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, voltou a acelerar e atingiu 0,61% em abril, depois de subir 0,43% no mês anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda assim, considerando apenas o mês de abril, esse índice é o menor desde 2013.

No ano, de janeiro a abril, o IPCA acumula avanço de 3,25%, abaixo dos 4,56% registrados até março, e, em 12 meses, de 9,28%, um pouco inferior aos 9,39% verificados no mês anterior. Em abril de 2015, o índice havia ficado em 0,71%.

As expectativas em pesquisa da agência Reuters com economistas eram de alta de 0,54% na comparação mensal, e de 9,20% na comparação anual.

Previsões
A previsão dos economistas do mercado financeiro é que o IPCA feche o ano de 2016 em 6,94%, segundo o boletim Focus. O Banco Central tem informado que buscará trazer a taxa para até 6,5%, que é o teto da meta do governo para a inflação.

“Embora tenha sido maior [a inflação de abril] do que a taxa de 0,43% de março, o IPCA foi menor do que o 0,71% do abril lá no ano passado. Com isso, a taxa dos 12 meses deu uma chegadinha para baixo”, explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índice de preços.

Segundo ela, no entanto, não é possível ainda dizer que há "trajetória de queda" da taxa. “Vamos esperar o resultado de maio.”

Remédio e comida
O avanço da inflação neste mês foi influenciado, principalmente, pelo aumento dos preços relacionados à alimentação e à saúde e cuidados pessoais.

Apesar de ter subido menos de um mês para o outro (de 1,24% para 1,09%), os alimentos exerceram uma das principais influências, porque têm um peso muito grande no bolso do consumidor. A alimentação fora de casa também subiu em uma velocidade menor, de 0,68% em março para 0,50% em abril.

"Alimentação, embora tenha ficado um pouco abaixo [do mês anterior, quando ficou 1,24%], continua apresentando preços elevados, taxa relativamente alta com 1,09%. E é um grupo que responde por um quarto das despesas das famílias”, afirmou.

Também fez com que o IPCA acelerasse mais o reajuste de mais de 6% nos preços dos remédios, autorizado no final de março pelo governo. Esse aumento acabou pressionando os preços do grupo de gastos com saúde, que registrou uma forte alta de março para abril – de 0,78% para  2,33%.

A inflação poderia ter registrado uma taxa ainda maior se outras despesas não tivessem ficado mais baratas. É o caso dos combustíveis (-1,04%) e da energia elétrica (-3,11%), que teve seu custo reduzido após o fim da cobrança extra da bandeira tarifária.

Na análise do comportamento dos preços nas capitais, o IBGE aponta que a maior variação da inflação partiu da região metropolitana de Fortaleza (1,02%), pressionada pela taxa de água e esgoto (2,49%). Na outra ponta, o menor IPCA foi registrado na região metropolitana de São Paulo (0,36%) porque os alimentos subiram abaixo da média nacional (0,77%) e o preço do litro do etanol caiu 6,78%.

Veja a variação de preços de alguns itens:

Batata-inglesa: 13,13%
Açaí: 9,22%
Frutas: 4,13%
Remédios: 6,26%
Plano de saúde: 1,06%
Artigos de higiene pessoal: 0,58%
Telefone celular: 4,01%
Acessórios e peças: 1,55%
Taxa de água e esgoto: 1,51%
Artigos de limpeza: 1,46%
Passagem aérea: 1,43%
TV, som e informática: 1,30%
Motocicleta: 1,18%
Roupa feminina: 0,95%
Serviço bancário: 0,94%
Seguro de veículo: 0,83%
Manicure: 0,81%
Emplacamento e licença: 0,77%
Empregado doméstico: 0,70%
Ônibus urbano: 0,69%
Calçados: 0,60%
Taxa de água e esgoto: 1,51%
Ônibus urbano: 0,69%

INPC
O IBGE também divulgou nesta sexta-feira o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que avançou mais de março para abril, passando de 0,44% para 0,64%. No ano, o índice acumula alta de 3,58% e, em 12 meses, de 9,83%.

Semelhante ao IPCA, o INPC verifica a variação do custo médio das famílias com rendimento familiar médio entre 1 e 5 salários mínimos. Indica as variações de preços nos grupos mais sensíveis, que gastam todo rendimento em consumo corrente (alimentação, remédio, etc.).

Fonte: G1