ECONOMIA NACIONAL
Inflação persiste, mas economia evolui mais que o esperado
Na última quarta-feira (16), o Copom elevou a Selic de 3,5% ao ano para 4,25% ao ano.
Em 22/06/2021 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Com isso, acrescenta a ata, “os riscos para a recuperação econômica reduziram-se significativamente”.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) informou hoje (22) que o aumento de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, levou em consideração a “persistência da pressão inflacionária” maior que a esperada, sobretudo entre os bens industriais. Apesar da persistência, o comitê identifica tendência de melhora na economia do país. Na última quarta-feira (16), o Copom elevou a Selic de 3,5% ao ano para 4,25% ao ano.
“Adicionalmente, a lentidão da normalização nas condições de oferta, a resiliência da demanda e implicações da deterioração do cenário hídrico sobre as tarifas de energia elétrica contribuem para manter a inflação elevada no curto prazo, a despeito da recente apreciação do Real”, informou a autoridade monetária ao divulgar a ata da reunião realizada na semana passada pelo comitê.
Apesar da persistência inflacionária apontada, o BC prevê uma “evolução mais positiva do que o esperado” para a economia brasileira, conforme vem sendo identificado nos indicadores recentes que mostram “revisões relevantes” nas projeções de crescimento. Com isso, acrescenta a ata, “os riscos para a recuperação econômica reduziram-se significativamente”.
No cenário externo, a ata registra que estímulos fiscais e monetários em alguns países desenvolvidos têm promovido ”uma recuperação robusta da atividade econômica”, o que corrobora para um cenário mais otimista nesses países.
“No cenário básico, com trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio partindo de US$ 5,052, e evoluindo segundo a paridade do poder de compra, as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 5,8% para 2021 e 3,5% para 2022”, diz a ata.
Levando em conta esse cenário, o Copom prevê uma trajetória de juros que se eleva para 6,25% ao ano em 2020 e para 6,5% ao ano, em 2022.
“As projeções para a inflação de preços administrados são de 9,7% para 2021 e 5,1% para 2022. Adota-se uma hipótese neutra para a bandeira tarifária de energia elétrica, que se mantém em ‘vermelha patamar 1’ em dezembro de cada ano-calendário”, complementa.
Na avaliação do BC, manifestada semana passada pelo Copom, foi dito que o cenário indica ser apropriada a normalização da taxa de juros para patamar considerado neutro, de forma a mitigar a disseminação dos atuais choques temporários sobre a inflação.
“Não há compromisso com essa posição e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação”, complementa a nota.
Para a próxima reunião, a expectativa é de “continuação do processo de normalização monetária com outro ajuste da mesma magnitude”. O comitê, no entanto, ressalta que uma deterioração das expectativas de inflação para o horizonte “pode exigir uma redução mais tempestiva dos estímulos monetários”.
Trajetória
Com a decisão, a Selic continua em um ciclo de alta, depois de passar seis anos sem ser elevada. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano, em março de 2018.
Em julho de 2019, a Selic voltou a ser reduzida até alcançar 2% ao ano em agosto de 2020, influenciada pela contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Esse foi o menor nível da série histórica iniciada em 1986.
Inflação
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.
O centro da meta inflacionária, definida pelo Conselho Monetário Nacional, está em 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%. (Por Pedro Peduzzi – Agência Brasil)
Leia também:
> CNC aponta melhorias no mercado de trabalho e consumo
> Com inflação, Copom eleva a taxa de juros Selic para 4,25%
> Agronegócio puxa emprego em obras civis e no comércio
> Dia dos Namorados deve movimentar R$ 1,8 bilhão em vendas
> Conab prevê queda no preço do feijão com entrada da safra
> Brasil precisa de uma reforma tributária ampla e urgente, diz CNI
> OCDE mantém projeção de crescimento do PIB do Brasil
> Investimento em infraestrutura para vencer o desemprego
> Aneel: Conta de luz terá bandeira vermelha 2 no mês de junho
> Brasil registra 14,8 milhões de desempregados, diz IBGE
> Confiança da indústria no Brasil mostra recuperação em maio
> Maior produtor de café, Brasil possui 12 indicações geográficas
> Estoques da indústria voltam a ficar próximos do planejado
> Brasileiros já pagaram R$ 1 trilhão em impostos este ano
> Caixa paga hoje auxílio emergencial a nascidos em março
> Demora na liberação de crédito aumenta a inadimplência
> Trabalhadores nascidos em outubro podem sacar auxílio
> Safra 2021/2022 de café deverá chegar à 46 milhões de sacas
> Em 12 meses, inflação brasileira já tem alta de 6,76%, diz IBGE
> Estado tem que ser indutor do crescimento econômico
> Confiança da indústria brasileira cresceu 4,8 pontos em maio
> Inflação da construção civil registra taxa de 1,87% em abril
> Produção industrial brasileira sobe em 10 de 15 locais em março
TAGS: EMPREGO | CAFÉ | PIB | ECONOMIA | PEQUENOS | PRODUÇÃO | INDUSTRIA | PRÉ-SAL | SELIC