Instituições de ensino se adaptam à crise com apoio dos pais

Com a recomendação de distanciamento social por conta do coronavírus, escolas, professores e crianças estão tendo que se adaptar à nova realidade. Isolados em casa, as atividades agora chegam de uma maneira que já é bem conhecida pelos pequenos: via internet. Ainda assim, engana-se quem pensa que o método é válido apenas para escolas convencionais. Exercícios físicos e aulas de idiomas também estão sendo feitos à distância.

No caso da Little Kickers, franquia que ensina esportes e idiomas para crianças no Brasil, as aulas que antes ocorriam apenas uma vez na semana, aumentaram para três dias no modo online. A principal ideia do programa é impedir que a distância seja um problema para a realização de atividades habituais das crianças.

Com 60 mil alunos no mundo, sendo oito mil apenas no Brasil, a Little Kickers manteve cerca de 70% das matrículas: os alunos remanescentes agora têm conteúdo online e ganharam desconto em média de 30% nas mensalidades, enquanto durar a quarentena.

“Sabemos do desafio que está sendo para todos os pais conciliar o trabalho e a presença das crianças em casa, nesse momento tão complicado para todos,” afirma Everson Pergher, educador físico e sócio-proprietário da franquia. “Por isso, produzimos uma lista de conteúdos e atividades para esse tempo, sempre conciliando o aprendizado de inglês com a prática de exercícios”.

As aulas são enviadas aos pais via WhatsApp, contendo o passo a passo das atividades, além de vídeos que auxiliam na realização dos exercícios. Em geral, os exercícios podem ser realizados em casa e com objetos simples como bolas, garrafas, almofadas e outros brinquedos que a criança possua.

“Está sendo um período difícil, mas muito prazeroso”, afirma Odilon Sirino, pai de Raul Marques Sirino, que tem três anos de idade e é aluno da Little Kickers em Ribeirão Preto, São Paulo.

“Estamos elaborando uma série de exercícios físicos, educativos e de escolarização. Todo o material que recebemos está sendo utilizado de forma integral. Foi uma ótima escolha porque assim ocupo o tempo dele com atividades que divertem e ensinam”.

Os conteúdos ainda possuem dinâmicas que treinam a pronúncia de palavras em inglês, sem esquecer do aprendizado da língua. O material é produzido com apoio de treinadores de todo o Brasil e de outras unidades do mundo em que a rede está presente, como Canadá e Inglaterra.

“Por ser um problema global, todos os pequenos de outras nações estão em casa agora, aprendendo de uma forma diferente. Assim, queremos entregar aos pais algo diferente para curtirem com a família semanalmente, com atividades didáticas, simples e eficientes para o período. Manteremos nosso foco em ter alunos que, acima de tudo, possam se divertir ao lado dos pais nesse momento,” afirma Pergher.

Crescimento em meio à crise

Com a pandemia da COVID-19, muitas escolas, estabelecimentos e comércios tiveram que ser fechados. Ainda assim, em meio à crise mundial, modelos inovadores de negócio e novas estratégias de desenvolvimento têm possibilitado a continuação das atividades durante o período.

“As atividades, para mim, representam cuidado, zelo e competência com os alunos e pais” afirma Fabíola Sacagami, mãe de Anthony Sacagami Grillo, aluno da Little Kickers em Curitiba, Paraná. “É um conteúdo que aproxima mães, pais e filhos, dando um alento de que temos ajuda para reforçar a educação de nossos filhos em um momento tão difícil. Pagar escola sem aula não é fácil. Hoje, com a internet, temos muita sorte de receber esse apoio”.

Para Pergher, os novos procedimentos, aliados ao modelo de negócio com baixo custo fixo, são fundamentais para a manutenção da marca. “Produzimos o material com a mesma dedicação das aulas presenciais e, por isso, estamos muito confiantes que iremos alcançar nossos objetivos para o ano. Temos um percentual de crescimento para esse ano de 40% e, para nossa surpresa, estamos tendo interessados em novas franquias e já estamos com negociações avançadas”, conclui.

Atualmente, a rede possui mais de 30 franquias no país e, para esse ano, quatro novas unidades já foram comercializadas. (Por Flora Guedes - Com V3)