CIÊNCIA & TECNOLOGIA
Internet espacial acaba de chegar à Terra.
Esses satélites emitirão internet do céu e darão a todas as pessoas acesso de alta velocidade.
Em 26/06/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Fomos informados de que a internet espacial chegará em breve, cortesia da SpaceX, de Elon Musk, ou de um esforço rival da OneWeb, de Greg Wyler.
As duas empresas pretendem rodear a Terra com milhares de satélites posicionados em órbitas relativamente baixas. Esses satélites emitirão internet do céu e darão a todas as pessoas -- e não apenas àquelas que estão em cidades bem conectadas -- acesso de alta velocidade à internet. A OneWeb acredita que essa internet espacial deverá chegar até 2019; a SpaceX, de Musk, hipoteticamente entregaria um serviço similar aproximadamente ao mesmo tempo.
Só que tem o seguinte: a internet espacial já existe. Você não ouve falar muito dela porque a empresa que a está gerando, a O3b Networks, não é administrada por uma celebridade da tecnologia chamada Musk ou por um radical como Wyler.
Mas é certo que a O3b tem operado uma rede de 12 satélites emissores de internet nos últimos meses.
O nome O3b quer dizer “os outros 3 bilhões” em inglês, um indício da aspiração da empresa de prover acesso de alta velocidade à internet àquela parcela da população mundial que efetivamente não pode ser alcançada por cabos de fibra ótica.
Os satélites da O3b permanecem em órbita a cerca de 8.000 quilômetros da Terra -- muito mais perto dos clientes do que os satélites anteriores que tentaram entregar serviços similares --, permitindo transferências de dados a velocidades de internet próximas às da fibra ótica.
Os consumidores finais, em contrapartida, podem usar tudo o que a internet tem para oferecer, incluindo os mais recentes e melhores serviços de nuvem e jogos on-line, sem sofrer atrasos.
Ilhas e navios
Até o momento, ilhas e países localizados perto da linha do Equador mostraram o maior interesse pelos serviços da O3b. Nesta semana, a empresa anunciou acordos com Papua-Nova Guiné, Samoa Americana e Timor Leste.
A O3b também tem um acordo em vigor com a Royal Caribbean Cruises para oferecer internet de alta velocidade em seus navios de cruzeiro e acaba de revelar um acordo com a empresa Emerging Markets Communications, com sede em Miami, que levará internet de alta velocidade a plataformas de petróleo offshore e em lugares remotos. No total, a O3b assinou acordos com 21 clientes e tem mais 20 em andamento, diz o CEO da O3b, Steve Collar.
Com base na demanda, Collar voltou ao conselho da O3b em busca de aprovação para adicionar oito satélites à rede da empresa.
“Fomos surpreendidos positivamente pela adesão”, diz Collar. “Nós vendemos 50 por cento da nossa capacidade até aqui”.
Prós e contras
Os prós da abordagem da O3b é que os satélites da empresa estão em uma órbita terrestre média suficientemente próxima para fornecer acesso de alta velocidade, mas ainda alta o suficiente para evitar interferências de uma série de outros satélites e espectros de comunicação.
A O3b pode cobrir cerca de 70 por cento do planeta com seus sistemas e seu melhor lugar é em torno da linha do Equador, onde coincidentemente existe uma enorme quantidade de ilhas e regiões carentes de velocidades maiores de internet.
O lado negativo é que o mercado da O3b é limitado a esses clientes; a empresa não é capaz de oferecer um serviço realmente global para todos os consumidores.
“A verdadeira pergunta é qual o tamanho dessa oportunidade”, diz Tim Farrar, consultor para a indústria de comunicação por satélite que administra a TMF Associates. “É possível enxergar um caminho livre para que este seja um mercado de US$ 200 milhões a US$ 300 milhões por ano, mais do que isso não sabemos”.
Fonte: Bloomberg