MOTOR
Jaguar F-Pace é SUV preparado para a lama.
Nós testamos nossos modelos com tração integral aqui", diz o técnico da Jaguar Land Rover.
Em 25/03/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O nome Walters Arena, a princípio, não parece importante. "Nós testamos nossos modelos com tração integral aqui", explicam os técnicos da Jaguar Land Rover. O local está a cerca de uma hora de carro de Cardiff, capital do País de Gales, junto do Parque Nacional Brecon Beacons. As principais cidades da região são Glynneath e Ystradgynlais e o cenário lembra a obra "Como Era Verde o Meu Vale", de Richard Llewellyn.
Mas nós não estamos aqui para passear ou apenas fotografar as belas paisagens. A Walters Arena, na verdade, é um antigo poço de mineração, que conta com um labirinto de estradas de cascalho, local perfeito para realizar avaliações ou testar tudo que o novo Jaguar F-Pace tem para mostrar.
O Range Rover Evoque que nos trouxe de Glynneath está estacionado em uma clareira, ao lado de um trailer e de uma pequeno banheiro químico. "Tudo foi improvisado aqui", explica o especialista em dinâmica de veículos Glen Longbottom. "Exceto os locais para avaliação de condução", garante.
Assim, não perdemos tempo e seguimos para a avaliação. Inicialmente, com Longbottom ao volante. "Primeiro, vamos dar uma volta para que vocês saibam aonde ir", ele explica. O técnico acrescenta que a condução nesse trecho deve ser feita como em um estágio especial de rali. Ou seja, na maior velocidade possível!
Longbottom gira o seletor do câmbio para a posição Drive e parte rapidamente. Em seguida, observa que o carro em que estamos é um modelo pré-série com motor a diesel de 300 cv e que ainda não possui todos os detalhes da versão definitiva. Os equipamentos, porém, são os que estarão presentes no veículo de produção em série.
Um dos destaques é o Sistema Adaptativo ao Piso, que, como o nome indica, ajusta a tração às condições da superfície em que o veículo está trafegando e é baseado no Terrain Response, da Land Rover. Por meio de sensores, a central eletrônica distribui a potência entre os eixos, a fim de garantir a melhor dirigibilidade. Longbottom conta que, durante o desenvolvimento do carro, os técnicos concluíram que uma leve tendência sobre-esterçante seria desejável. “Afinal, o motorista de um F-Pace deve se sentir conduzindo um legítimo Jaguar”, conta.
Chega, então, a nossa vez de assumir o comando, e o detalhe que chama a atenção logo de cara é a suavidade do motor V6 a diesel. Embora tenha de "empurrar" a carroceria de 1,9 tonelada, seu funcionamento é silencioso e agradável. Sem esquecer que o câmbio automático de oito marchas também o auxilia na sua tarefa.
O cascalho tamborila contra a parte interna das caixas de roda durante as primeiras acelerações. As respostas são ágeis e o SUV avança célere. Na primeira curva rápida, aciono o freio gentilmente e esterço a direção. O carro desliza um pouco e avança ligeiramente em relação à tangência ideal. Glen Longbottom, que agora ocupa o banco do carona, me dá algumas dicas de como usar melhor o sistema de tração integral e o resultado é bem melhor.
Requintado, mas não tão caro
Fazemos um intervalo para aguardar a chegada do diretor de desenvolvimento do F-Pace, Andy Whyman, a bordo de outro modelo pré-série, para, juntos, encararmos um novo desafio: trechos off-road nos quais, em vez de cascalho, encontraremos pedras do tamanho de bolas de futebol!
Ao chegar, Whyman faz questão de mostrar dois destaques do F-Pace: a boa altura em relação ao solo (21 cm) e o ASPC (All Surface Progress Control, ou Controle de Progresso em Todas as Superfícies), sistema que auxilia o motorista principalmente em condições de dificuldade extrema. E é claro que o SUV da Jaguar contará com diversos sistemas eletrônicos de assistência ao condutor. Infelizmente, não conseguimos avaliá-los, já que, para isso, seria necessário levar o carro a uma estrada ou à cidade, o que não estávamos autorizados a fazer. Só em abril, quando ele finalmente poderá ser confrontado com um de seus principais rivais: o Porsche Macan.
Nas dimensões, ambos são parecidos, com o F-Pace sendo um pouco maior no comprimento e no entre-eixos (veja tabela na página ao lado). Por dentro, ele se destaca pelo amplo porta-malas (650 litros) e pelo visual mais limpo da cabine. O Macan, por sua vez, tem mais botões, além de um monitor central menor e sem tela sensível ao toque.
