SAÚDE
Janeiro Roxo: mês de mobilização e combate à hanseníase
Sesa desenvolve ações para fortalecer trabalho de vigilância epidemiológica da hanseníase.
Em 03/01/2023 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Segundo a Secretaria da Saúde (Sesa), o enfrentamento da hanseníase é feito a partir do diagnóstico precoce, do tratamento oportuno de todos os casos diagnosticados até a alta por cura.
No “Janeiro Roxo”, que marca o mês de conscientização sobre os cuidados e a prevenção da hanseníase, a Secretaria da Saúde (Sesa) reforça a necessidade de atenção, mobilização e combate à doença. As ações do Janeiro Roxo também visam lembrar da importância do diagnóstico precoce e do tratamento que é ofertado de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além da luta contra o preconceito.
O Programa Estadual de Controle da Hanseníase desenvolve um conjunto de ações fortalecedoras do trabalho de vigilância epidemiológica da hanseníase, com a promoção da saúde baseada na educação permanente e na assistência integral.
O enfrentamento da hanseníase é feito a partir do diagnóstico precoce, do tratamento oportuno de todos os casos diagnosticados até a alta por cura, além da prevenção de incapacidades físicas e da vigilância dos contatos domiciliares e sociais (pessoas que estejam ou estiveram em contato muito próximo e prolongado com o doente).
“A hanseníase tem cura e o tratamento é ofertado gratuitamente pelas unidades de saúde do SUS. Mas, se a doença não for tratada, há riscos de complicações graves. Os pacientes precisam se dirigir aos serviços especializados e seguir as orientações da equipe de saúde para que se obtenham os melhores resultados de tratamento e controle da doença”, afirmou a referência técnica do Programa Estadual de Hanseníase da Sesa, Eloísa Paschoal Rizzo.
A técnica destacou ainda que o diagnóstico precoce da hanseníase interrompe a cadeia de transmissão e evita novos adoecimentos, além de realizar a reabilitação nos casos em que ocorra eventual sequela da doença.
Os sintomas mais comuns são manchas com perda ou alteração de sensibilidade para calor, dor ou tato; formigamentos, agulhadas, câimbras ou dormência em membros inferiores ou superiores; diminuição da força muscular; dificuldade para pegar ou segurar objetos, ou manter calçados abertos nos pés; nervos engrossados e doloridos; e feridas difíceis de curar, principalmente em pés e mãos.
Casos no Estado
A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica e causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Atinge principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos, com capacidade de ocasionar lesões neurais.
O número de casos no Estado reflete uma força de morbidade média. Em 2020, foram 325 novos diagnósticos, e, em 2021, foram 326. Neste ano, até o mês de novembro, foram 341 novos diagnósticos.
Novo PCDT
O Ministério da Saúde publicou, no dia 07 de julho deste ano, o novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Hanseníase. O diagnóstico é feito com exame físico, teste de sensibilidade (térmico, doloroso e tátil) e exames laboratoriais específicos.
O documento qualifica as orientações sobre as estratégias para enfrentamento da doença, como a detecção precoce de casos, o tratamento com início imediato e a avaliação de contatos, além do uso de dois testes recentemente incorporados, incluindo um teste rápido. Essas medidas são importantes para a quebra da cadeia de transmissão da doença e para a prevenção de incapacidades físicas. O PCDT orienta ainda o acompanhamento psicossocial de pacientes diagnosticados com a condição.
No Sistema Único de Saúde, o tratamento farmacológico da hanseníase é feito com poliquimioterapia única (PQT-U), que associa três fármacos: rifampicina, dapsona e clofazimina.
O esquema terapêutico deve ser usado por um período que pode durar até 12 meses. O PCDT ainda inclui um teste para detecção de resistência ao antimicrobianos. Se for confirmada para medicamentos de primeira linha, outras opções terapêuticas estão disponíveis, como minociclina, ofloxacino e, mais recentemente incorporada, a claritromicina.
Após as primeiras doses, o paciente já não transmite mais a doença. Porém, é necessário concluir adequadamente o tratamento para que ocorra a cura e para evitar o retorno da doença, novas contaminações e a resistência aos antimicrobianos. (As informações são da Sesa)
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