ESPORTE INTERNACIONAL

Julgamento de Marin terá 1º depoimento de delator hoje

Argentino que pagou US$ 112 milhões em multa será ouvido.

Em 14/11/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Um dos depoimentos mais esperados do "Caso Fifa" será tomado nesta terça-feira, no Tribunal Federal do Brooklyn: o do empresário argentino Alejandro Burzaco, ex-presidente da empresa Torneos, que em 16 de novembro de 2015 confessou neste mesmo tribunal:

– Para assegurar contratos, eu executicos de outras duas empresas concordamos em pagar múltiplas propinas e subornos no total de dezenas de milhões de dólares para dirigentes da Conmebol e da Fifa, em troca do apoio deles.

Três desses dirigentes são réus do caso e se dizem inocentes, motivo pelo qual estão enfrentando o julgamento. São eles o brasileiro José Maria Marin, o paraguaio Juan Angel Napout e o peruano Manuel Burga. Os três vão ficar frente a frente com Burzaco pela primeira vez desde que foram presos.

A advogada de defesa de Juan Angel Napout, Silvia Piñera, bateu forte em Burzaco e no fato de os EUA terem feito um acordo de delação premiada com o empresário.

– Burzaco estava na Suíça quando soube que os primeiros dirigentes foram presos. O que ele fez? Fugiu para a Itália. E só se entregou dias depois, quando pôde fazer um acordo altamente benéfico para ele – disse a advogada, em mensagem direcionada aos jurados.

Burzaco se entregou para as autoridades dos EUA em junho de 2015 e pagou US$ 20 milhões de fiança para ficar em prisão domiciliar em Nova York. Depois disso, as condições de sua prisão foram afrouxadas, o que lhe permite deslocamentos maiores dentro da cidade.

Em troca de tais regalias, Burzaco delatou os dirigentes para quem pagou proprina. Nesta terça-feira, diante da juíza Pamela Chen, dos jurados e dos réus, a expectativa é que ele dê mais detalhes sobre os subornos que já confessou ter pagado.

A Torneos, empresa que Burzaco dirigia, fez um acordo de leniência com a Justiça dos EUA, segundo o qual se comprometeu a pagar mais de US$ 112 milhões de multa para continuar operando.

(Foto: Reuters)