EDUCAÇÃO

Lavador de pratos, brasileiro conclui pós-doc nos EUA.

Pai motorista de ônibus e mãe manicure, André nasceu e foi criado na favela Alto Vera Cruz, em BH.

Em 16/06/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Nascido em uma favela de Belo Horizonte agora é professor com pós-doutorado, concluído nos Estados Unidos. Parece ficção, mas essa história é real. André Luiz de Souza superou todas as dificuldades de uma infância pobre e hoje vive seu sonho, como docente na conceituada Universidade do Alabama.

De acordo com o Yahoo!, desde a infância André sonhou em trabalhar nos EUA. Em 1999 deu o primeiro passo para isso, quando passou para o curso de Letras na Universidade Federal de Minas Gerais. “Sou filho de um motorista de ônibus e de uma manicure. Nascido e criado na favela Alto Vera Cruz. Prestei vestibular para Letras na UFMG porque adorava a ideia de saber falar inglês", disse ele.

Para ajudar a família e se sustentar, passou a trabalhar em dois empregos, o que quase custou seus estudos. "Na mesma época, trabalhei na Telemig Celular das 7h às 18h e, para ganhar um extra, ficava lá virando a noite programando celulares. Por conta disso, perdi o semestre e ganhei uma carta afirmando que havia perdido a vaga na universidade. Escrevi explicando meus motivos e fui aceito de volta”, disse ele para a Folha de S. Paulo.

Em 2003, André conseguiu um intercâmbio para a Universidade do Texas. Para provar que podia se manter nos EUA, pegou dinheiro emprestado com amigos e anexou o extrato com R$ 6 mil ao pedido de visto. Assim que foi aceito, devolveu o dinheiro e foi para os Estados Unidos com apenas R$ 25.

Ao chegar lá, passou a lavar pratos, o que o fez perder o intercâmbio, já que era proibido trabalhar fora do campus. Depois de retornar ao Brasil, passou a ajudar uma professora norte-americana com quem mantinha contato. Assim, acabou sendo convidado de volta para um doutorado. Voltou a lavar pratos, novamente quebrando as regras impostas pela universidade. Dessa vez, conseguiu concluir.

Hoje desenvolve projetos ao lado de grandes empresas, mais especificamente testes cognitivos e como eles influenciam na utilização de certos aplicativos. Graças à suas ideias, já recebeu financiamento de US$ 250 mil.

Por Administradores.com