ECONOMIA NACIONAL
Levy admite ajuste de impostos, mas diz que não é "saco de maldades"
Ministro observou que há empresas pessoais que pagam pouco IR.
Em 13/01/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, admitiu nesta terça-feira (13) que haverá ajustes em impostos, mas negou que isso esteja dentro de um "saco de maldades", ou algum "pacote" do governo.
Ele não especificou, porém, quais tributos podem sofrer esses ajustes. "A gente não tem nenhum objetivo de fazer nenhum saco de maldades, ou pacotes, mas vamos ter de fazer algumas medidas", declarou ao ser interpelado sobre alta de tributos.
Levy acrescentou que uma eventual alta de tributos é um movimento "compatível" com o objetivo de aumentar a poupança pública e "previsível" em um momento de reorientação da economia. Declarou que o governo também está avaliando os gastos públicos.
O novo ministro da Fazenda observou também que há pequenas empresas no país que pagam pouco Imposto de Renda. Ele citou o caso das empresas pessoais que pagam tributação de 4% a 5% em vez da alíquota máxima de 27,5% do IR cobrado de pessoas físicas.
"Há casos egrégios (de extrema importância) que permitem que as pessoas acabem com a tributação de 4% a 5% ao invés de 27,5%. Acho que, se houvesse um sentimento nessa direção, primeiro haveria de se tratar desses casos egrégios (importantes)", declarou Levy a jornalistas ao ser questionado se haveria a possibilidade de aumento da alíquota máxima do Imposto de Renda.
Retomada de confiança
Segundo o novo ministro, os ajustes nas contas públicas buscam a retomada da confiança e do crescimento econômico, mas também ajudarão no controle da inflação. "Um mix entre a política fiscal [de gastos públicos] e monetária [definição dos juros para conter a inflação] é muito importante. Haverá uma disposição da política fiscal em ajudar [a política de juros, com um controle maior de despesas]", declarou.
Levy aproveitou ainda para fazer uma analogia com um jogo de futebol. "Temos de acertar o jogo para ter um segundo tempo bom. Sair do zero a zero e começar a fazer gol. Entrar no segundo tempo com uma formação diferente e com fome de gol, mas também sem tomar gol. Vai ter mudança no jeito de jogar. É uma tarefa comum de governo", afirmou.
Prioridades
O novo ministro da Fazenda disse ainda que é importante, neste momento, o governo elencar as prioridades, assim como fazem as famílias na administração de seu orçamento.
"A prioridade é importante. As vezes em uma semana, deixa de ir na 'balada' ou comprar um tênis para comprar um caderno. Ou, nos tempos atuais, um 'notebook'. O material escolar vem na frente. São decisões que todas as famílias tiveram de fazer e é o que garante a gente ir para frente", explicou ele.
Fonte: G1