ESPORTE NACIONAL
Líder, Palmeiras encanta com a mão de Cuca e magia do meio pra frente.
Sob a batuta do técnico e com o quinteto, o Verdão passou como quis pelo Santa Cruz.
Em 19/06/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O Palmeiras versão 2016 tem a mão do técnico Cuca e encanta. Ataca com rapidez pelas pontas, troca passes com extrema qualidade e seus jogadores constantemente trocam de posição do meio para frente para confundir a marcação adversária.
Ora Dudu arma, ora Dudu ataca. Gabriel Jesus funciona como referência, mas também atua aberto pela esquerda, assim como Róger Guedes, que leva seu marcador ao desespero com velocidade pela direita. Moisés é volante, mas também joga de meia, assim como Cleiton Xavier, que dá outra dinâmica ao time quando está em campo.
É bem verdade que o Santa Cruz ofereceu alguma resistência no segundo tempo, mas a vitória por 3 a 1 traduz bem o domínio da equipe alviverde, que, provisoriamente, assumiu a liderança do Campeonato Brasileiro (tem saldo de gols melhor que o do Inter, que pega o Figueirense neste domingo, em Florianópolis).
Os números do confronto entre paulistas e pernambucanos não deixam dúvida do que foi o jogo. O Palmeiras teve mais posse de bola (57% a 43%), finalizou mais ao gol adversário (19 contra 12 do rival), fez mais jogadas na linha de fundo (oito a seis), cometeu menos faltas (18 a 23) e levantou mais bolas na área (12 a oito). Ou seja, além de atacar muito, a equipe sabe diversificar a maneira como chega à área adversária.
Uma equipe que tem vocação para o ataque ainda teve a sorte de cruzar com um adversário que abdicou de jogar nos 45 minutos iniciais. É bem verdade que o gol de Dudu surgiu apenas aos 28 minutos, mas o Palmeiras era soberano desde o início.
Cuca escalou uma equipe sem um volante tradicional. Moisés era a peça que mais parecia um marcador. Tchê Tchê começou no meio-campo, mas em vários momentos, trocou de posição com Jean e foi para a lateral.
O time tinha muita qualidade na saída de bola da defesa para o ataque, já que Moisés e Cleiton Xavier se alternavam na armação. O Santa Cruz, como mostra o vídeo abaixo, se defendia com os dez jogadores.
Até mesmo Grafite ficava atrás do meio-campo. O gol era questão de tempo e surgiu depois depois de uma jogada muito ensaiada nos treinamentos, que é a cobrança de lateral de Moisés. Tiago Cardoso, que vinha sendo um dos destaques da equipe pernambucana, falhou e Dudu não perdoou: 1 x 0. Mesmo com a vantagem, o Verdão não diminuiu seu ritmo. E o segundo gol viria antes do intervalo.
Novamente, uma jogada com a cara de Cuca, que treina cobrança de falta durante a semana. Jean acertou um belo chute e colocou no canto esquerdo da meta rival. No banco de reservas, todos comemoraram apontando para o treinador palmeirense, que sorria como uma criança.
Veio o segundo tempo, e quem pensava numa goleada palmeirense se assustou. O Santa Cruz diminuiu a vantagem, com um gol impedido de Grafite e quase empatou no minuto seguinte, com Keno.
O time pernambucano melhorou em campo porque, além de sair para o jogo, arrumou sua marcação. Moisés e Cleiton Xavier não tinham a mesma liberdade do primeiro tempo e, com isso, a bola não chegava com tanta facilidade ao ataque.
Mas como a fase é boa, no momento de maior instabilidade em campo, o Palmeiras chegou ao seu terceiro gol, com Dudu, após cruzamento primoroso de Gabriel Jesus, que até então, vinha tendo atuação apagada na partida. Além da festa nas arquibancadas, isso fez o time voltar a se encontrar. Em dois ataques seguintes, Gabriel Jesus e Cleiton Xavier ficaram cara a cara com Tiago Cardoso, mas não foram competentes nas finalizações.
O Santa Cruz seguia buscando o ataque. E a equipe, em dois lances seguidos, aproveitou a maior deficiência dos palmeirenses na partida deste sábado: a marcação pelo lado direito da defesa. Em ambas as jogadas, o gol só não saiu porque Fernando Prass brilhou nos dois lances. Logo depois, Cuca mexeu, colocando um volante de ofício (Thiago Santos) e depois colocando Fabrício para fechar o meio-campo. Depois, foi só esperar o tempo passar e comemorar.