ESPORTE NACIONAL
Luizão e Edílson, vira-casacas na Copa do Brasil de 2006, relembram decisão.
Campeão pela Libertadores enquanto vascaíno, Luizão foi protagonista rubro-negro nas finais.
Em 18/08/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Os ex-atacantes Luizão e Edílson têm semelhanças em suas respectivas trajetórias no futebol. Ambos despontaram como promessas no Guarani, onde se conheceram e moraram juntos na concentração do clube. Além do Bugre, defenderam em comum as camisas do arquirrivais paulistas Palmeiras e Corinthians e dos cariocas Flamengo e Vasco. Enfrentaram-se muito também, e o duelo de maior destaque entre os dois deu-se em 2006, na decisão da Copa do Brasil. Campeão da Libertadores em 1998 pelo Cruz-Maltino, Luizão havia trocado de lado. Edilson, destaque ao lado de Petkovic no tricampeonato carioca do Rubro-Negro de 2001, vestia preto e branco. Às vésperas de mais um Clássico dos Milhões pela competição nacional - os times fazem o jogo de ida nesta quarta-feira, às 22h, no Maracanã - a dupla recordou o embate decisivo.
Embora a passagem por São Januário tenha durado apenas um ano, Luizão tinha seu nome ligado ao Vasco. Fez um gol em cada um dos dois jogos da final da Libertadores, contra o Barcelona-EQU. No entanto, além do profissionalismo, vestir rubro-negro não era novidade para o centroavante.
- Já tinha saído do Vasco fazia muito tempo, e a Copa do Brasil era o título que faltava para a minha carreira. Tive a chance de jogar a final em 1996 (abriu o placar para o Palmeiras, mas o Cruzeiro virou e foi campeão). Tinha sofrido uma lesão muito grave no pé (dois meses antes da decisão, rompeu o ligamento do peito do pé direito em partida contra o Botafogo) e não sabia se teria chance de ser campeão de novo. Ser campeão pelo meu time de infância foi uma alegria muito grande. Sempre sonhei em ser campeão com a camisa do Flamengo por seu meu time, pelo Zico - disse.
O Flamengo sagrou-se campeão da Copa do Brasil em 2006 com vitórias por 2 a 0 e 1 a 0 sobre o Vasco. Luizão fez o segundo do primeiro jogo. Perguntado se o título na Gávea foi mais especial devido à paixão de criança do que o da Libertadores pelo rival, ele negou.
- Depois que você começa no campo, todo título é importante. A Libertadores pelo Vasco foi muito importante. Meu primeiro título sul-americano, e cheguei ao Vasco com uma responsabilidade muito grande. Tive que substituir o Edmundo ao lado do Donizete.
Edílson aponta problemas do Vasco em 2006
Edílson conquistou apenas dois títulos pelo Flamengo, um Carioca e uma Copa dos Campeões, ambas em 2001. Mas os 117 jogos divididos em duas passagens pelo Rubro-Negro e as frequentes declarações de amor ao clube o tornaram popular com a torcida. Isso, porém, em nada diminuiu sua vontade de vencer o ex-clube. Segundo o baiano, após Vasco e Fla passarem por Fluminense e Ipatinga nas semifinais, respectivamente, os cruz-maltinos pareciam mais preparados para levantar o caneco.
- Sou profissional e, mesmo com toda a identificação com o Flamengo por ter jogado lá por muito tempo, era disputa de titulo. Dá muito prestigio para o time campeão, e eu estava muito a fim de ser campeão. Nosso time tinha até mais condições de ser campeão do que o Flamengo se não tivesse a parada para a Copa do Mundo. Atrapalhou porque a gente eliminou o Fluminense (na semifinal) jogando bem, e, no último jogo antes da parada, eu acabei me machucando contra o São Paulo. Fiquei a Copa toda de gesso por causa de uma entrada que Lugano me deu em São Januário. O Valdiram brigou com o Renato... Uma série de coisas acabaram enfraquecendo o nosso time, que vinha embalado. Mas não tira mérito do Flamengo, que fez os gols na hora certa. Dois gols muito rápidos, um em cima do outro - disse o Capetinha.
Torcida pelo Flamengo na época de Guarani
Outra coincidência na trajetória da dupla foi conhecida em 1992, quando estavam no Guarani: o carinho de berço pelo Flamengo. Embora fossem profissionais do Bugre, não se furtavam de torcer pelo Rubro-Negro nas concentrações.
- Morávamos juntos na concentração do Guarani. Ficávamos assistindo aos jogos com a camisa do Flamengo debaixo da arquibancada (do estádio). Ele sabe que nós sempre torcemos pelo Flamengo, mas sempre fomos muito profissionais. Defendíamos com unhas e dentes os clubes em que jogávamos - completou Edílson.
Flamengo e Vasco fazem o jogo de ida pelas oitavas de final da Copa do Brasil nesta quarta, às 22h, no Maracanã.
Fonte:GE