POLÍTICA INTERNACIONAL

Lula condena os ataques à Ucrânia e cobra ações da ONU

O ex-presidente afirmou que falta representatividade às Nações Unidas para evitar conflitos.

Em 24/02/2022 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva/REUTERS

Ex-presidente Lula afirmou que o conflito deveria ter sido resolvido com a diplomacia e a intervenção das Nações Unidas, se o órgão internacional tivesse mais representatividade.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou nesta quinta-feira (24), a invasão da Ucrânia pela Rússia e afirmou que falta representatividade hoje às Nações Unidas para evitar conflitos como esse.

“É lamentável que, na segunda década do século 21, a gente tenha países tentando resolver suas divergências, sejam territoriais, políticas ou comerciais, através de bombas, de tiros, de ataques, quando deveria ter sido resolvido numa mesa de negociação” afirmou em uma entrevista a duas rádios do entorno do Distrito Federal.

Durante os dois mandatos de Lula na Presidência, o atual presidente russo, Vladimir Putin, foi também presidente da Rússia, de 2000 a 2008, e primeiro-ministro, de 2008 a 2012. Os dois compartilhando a atuação no Brics, o bloco formado em 2009 que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, cinco grandes economias emergentes.

Lula afirmou que o conflito deveria ter sido resolvido com a diplomacia e a intervenção das Nações Unidas, se o órgão internacional tivesse mais representatividade.

“O ser humano tem que criar juízo e resolver as suas divergências numa mesa de negociação, nunca num campo de batalha. Eu acho que é importante a gente repudiar mais uma guerra no século 21, coisa desnecessária que poderia ter sido resolvida se a ONU tivesse mais representatividade, mais força para evitar. Não adianta o secretário-geral da ONU (António Guterres) ir para televisão lamentar”, afirmou.

O ex-presidente cobrou reformas na governança da ONU, uma pauta que reúne países como Brasil, Alemanha, Índia e Japão, entre outros, e pede a alteração da formação do Conselho de Segurança da ONU. Formado após a Segunda Guerra Mundial, o Conselho tem cinco membros permanentes, com direito a veto –Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China, os vencedores da guerra– e 10 membros eleitos para mandatos de dois anos, mas sem direito a veto. O Brasil é um dos membros do mandato 2022-2024.

“A ONU precisa levar em conta que ela não tem mais a representatividade que tinha quando foi criada. A geografia do mundo mudou, é importante colocar mais países para participação do Conselho de Segurança”, disse Lula. É importante que se aumente a capacidade de governança da ONU. Que não seja uma instituição apenas decorativa, mas uma instituição que tome decisões efetivamente. Ela poderia ter tomado decisões para evitar essa guerra.” (Por Lisandra Paraguassu - Reuters - Brasília)

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