TEMAS GERAIS

Luta pela equidade de gênero no mercado de trabalho global

Mulheres levarão 33 anos para ter a mesma participação no mercado de trabalho que homens.

Em 16/03/2022 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Pixabay

Relatório mostra que o sexo feminino assumiu mais responsabilidades não remuneradas durante a pandemia, o que as levou a deixar o trabalho se comparado ao sexo oposto.

A luta pela equidade de gênero no mercado de trabalho global encontrou na pandemia um algoz. De acordo com o Women In Work Index, produzido pela PwC, a Covid-19 atrasou em, pelo menos, dois anos os avanços dessa agenda. O estudo ainda aponta que serão necessários 33 anos para que a taxa de mulheres empregadas, hoje 69%, se equivalha ao índice atual de homens, 80%, nas economias da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). 

Além disso, o efeito da Covid-19 ameaça reverter os importantes ganhos obtidos na última década, pois os impactos negativos da pandemia são sentidos em maior intensidade pelas mulheres. Cuidar dos filhos e da casa, por exemplo, contribuiu de forma significativa para que mulheres deixassem o mercado de trabalho.

Ao comparar o desemprego com o crescimento do emprego projetado antes da pandemia, descobriu-se que havia 5,1 milhões a mais de mulheres desempregadas e 5,2 milhões a menos de mulheres participando do mercado de trabalho do que seria a realidade, caso a pandemia não existisse.

“Após uma década de ganhos lentos, mas consistentes, de mulheres no mercado de trabalho em toda OCDE, vimos queda pela primeira vez. É preciso combater as desigualdades de gênero, para que as mulheres não deixem de compor a força de trabalho, não só no Brasil mais no mundo e há perspectivas de uma recuperação mais acelerada nos próximos anos, afirma Cláudia Eliza, sócia da PwC Brasil.

Rotina e desemprego

Um relatório da OCDE objeto de pesquisa para o Women In Work Index, da PwC, mostra que as mulheres assumiram mais responsabilidades não remuneradas durante a pandemia, o que as levou a deixar o trabalho mais que os homens.

Segundo o documento, as mães eram três vezes mais propensas do que os pais a assumir a maioria ou a totalidade do trabalho doméstico por conta do fechamento de escolas e creches.

“O cenário nos provocou a refletir ainda mais sobre a necessidade de mais flexibilidade no trabalho para equilibrar a rotina entre homens e mulheres no que tange os cuidados domésticos e com filhos, inclusive acerca de licenças de parentalidade iguais”.

Essa é a décima edição do Women in Work Index que avaliou resultados de empregabilidade feminina em 33 países da OCDE com base em disparidade salarial, participação delas no mercado de trabalho, taxas de desemprego e emprego em tempo integral. (Por Rosana Freitas - AsImp)

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