POLÍTICA NACIONAL
Maior parte da bancada capixaba desaprova nomeação de Lula.
Deputados criticaram ligação do ex-presidente com suspeitas da Lava Jato.
Em 17/03/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Para a maior parte da bancada do Espírito Santo na Câmara dos Deputados, a nomeação do ex-presidente Lula (PT) como ministro da Casa Civil significará a transferência do poder da presidente Dilma Rousseff (PT) a ele.
Essas eram as impressões colhidas ao longo desta quarta-feira (16) marcado por fatos impactantes na política nacional. O maior deles foi a divulgação, já no início da noite, da interceptação telefônica na qual aparecem Lula e Dilma.
As idas e vindas fizeram as avaliações dos parlamentares oscilarem nas intensidades. Mas uma convicção comum foi a de que o governo ganhou um “superministro” e a presidente diminuiu de tamanho.
“Estamos em mais um estelionato. Elegeu-se uma pessoa e agora é outra que vai governar. Dilma ficará no modelo de rainha da Inglaterra”, comentou Sérgio Vidigal (PDT).
No modo de ver do deputado Max Filho (PSDB), o governo ficará com “duas cabeças”.
“(A ida de Lula) é um abraço de afogados. O Lula apequena a sua biografia se acovardando diante da condução coercitiva. Ao mesmo tempo, demite a Dilma de suas funções de chefe de governo para reassumi-la, efetivamente. O governo passa a ter duas cabeças. Seria uma jararaca de duas cabeças?”, afirmou.
Antes do áudio da Polícia Federal inflamar a crise, Paulo Foletto (PSB) avaliava que Lula poderia garantir alguma sobrevida a ele e ao governo, caso levasse o Planalto a uma sequência de decisões acertadas.
“Ele passa a gerenciar o governo. Dilma, que só tomava decisões erradas, vai parar de fazer. E se as novas decisões forem aceitáveis e começar a funcionar, o governo já tinha acabado do ponto de vista técnico, ia acabar do ponto de vista legal. É a última cartada. Mas Lula tem sinais claros de conivência com a anormalidade e com a corrupção”, disse.
Confira a opinião dos deputados federais do Espírito Santo:
Paulo Foletto (PSB)
“Ele passa a gerenciar o governo. É a última cartada. Mas Lula tem sinais claros de conivência com a corrupção”.
Sérgio Vidigal (PDT)
“Estamos em mais um estelionato. Elegeu-se uma pessoa e agora é outra que vai governar. É o modelo rainha da Inglaterra”.
Jorge Silva (PHS)
“Acho que ele tentará estimular o consumo sem diminuir custos do governo. Mas está desacreditado. Não terá resultados”.
Max Filho (PSDB)
“Lula apequena a sua biografia. Ao mesmo tempo, demite Dilma de suas funções de chefe de governo para reassumi-las”.
Helder Salomão (PT)
“É uma aposta arriscada. Espero que a presença dele ajude o governo a acertar o passo e a sair da crise”.
Lelo Coimbra (PMDB)
“O grampo só reforça a intenção de obstruir a Justiça. Reforça ainda mais a necessidade de se processar o impeachment”.
Givaldo Vieira (PT)
“Sua experiência e capacidade ajudarão a presidenta nas ações necessárias para o Brasil retomar o crescimento”.
Evair de Melo (PV)
“Dilma reconheceu seu fracasso e incapacidade. Mas está brincando com a cara do brasileiro. É o fim da valorização do mérito”.
Carlos Manato (SDD)
“A nomeação foi a gota d’água. O Congresso parou, o líder do PT não conseguiu falar. Há grande insatisfação”.
Marcus Vicente (PP)
“A nomeação na Casa Civil não muda o cenário, não haverá reversão na relação desgastada com o Congresso”.
Fonte: G1-ES