EDUCAÇÃO
Maioria das escolas tem Wi-Fi, mas alunos estão proibidos de usá-lo.
Em 62% das escolas públicas e 58% das particulares, a internet sem fio é fechada com senha.
Em 29/09/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A maior parte das escolas públicas e privadas do Brasil tem uma rede de internet sem fio, mas os estudantes não têm acesso à senha, segundo dados da pesquisa TIC Educação 2015, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), divulgados na manhã desta quinta-feira (29). De acordo com a pesquisa, feita anualmente para identificar a infraestrutura e os usos das tecnologias de informação e comunicação na educação brasileira, só em 16% das escolas privadas e em 6% das públicas as redes de internet Wi-Fi são abertas e qualquer pessoa pode ter acesso, sem necessidade de senha.
Em 58% das escolas privadas, a rede de internet precisa ser acessada com senha, mas os alunos estão proibidos de acessá-la. O número aumenta para 62%, no caso das escolas públicas. Já em 19% das escolas privadas e em 16% das públicas, a rede é restrita com senha, mas os alunos têm o acesso permitido. Em 16% das escolas públicas, não há wifi disponível. O número cai para 6% entre as escolas privadas.
"Isso certamente inibe qualquer tipo de prática inovadora para o uso de dispositivos móveis. Na verdade, as escolas querem evitar que o aluno tenha acesso à internet durante a exposição do professor", afirma Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. "Temos também a questão da banda: se todos os alunos conectarem seus celulares à internet e fizerem downloads, provavelmente a infraestrutura não será robusta o suficiente para permitir o acesso de todos."
A pesquisa foi feita com base em dados coletados entre setembro e dezembro de 2015. Foram feitas entrevistas em 898 escolas, com 898 diretores, 861 coordenadores pedagógicos, 1.631 professores e 9.213 alunos.
Computadores na sala de aula
A pesquisa TIC Educação é realizada todos os anos pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do CGI.br. Os dados divulgados neste ano mostram que o número de computadores instalados dentro da sala de aula das escolas públicas cresceu seis vezes em três anos. Na pesquisa TIC Educação 2012, divulgada no primeiro semestre de 2013, só 7% das salas de aula da rede pública tinham um computador disponível. Na edição de 2015 da pesquisa, divulgada nesta quinta, o número subiu para 43%.
Na rede privada, o número quase triplicou: em 2012, 26% das salas de aula tinham acesso a um computador. Em 2015, esse número subiu para 72%.
Na rede pública, 35% dos professores realizam atividades pedagógicas envolvendo a internet com os alunos no laboratório de informática ou em uma sala de computadores, 23% as fazem na própria sala de aula e 19%, na sala dos professores. Já no caso da rede privada, metade dos professores realiza atividades com o apoio da internet dentro da sala de aula, 29% usa o laboratório de informática e 23% realiza essas atividades na sala dos professores.
Tecnologia como apoio pedagógico
Segundo os dados, 100% dos professores da rede privada e 98% dos professores da rede pública afirmaram serem usuários de internet. Desse grupo, 73% disseram usar computadores e internet durante atividades na sala de aula. Entre as atividades que pelo menos metade dos professores afirmam fazer, usando a tecnologia como apoio, estão a realização de trabalhos sobre temas específicos, a realização de trabalhos em grupos, aulas expositivas e a realização de exercícios.
Já as atividades menos frequentes nas quais a tecnologia é incluída no processo pedagógico estão a produção de planilhas e gráficos e trabalhos com jogos educativos.
Em geral, a situação da infraestrutura de tecnologia nas escolas privadas segue mais avançada do que na rede pública. Em alguns casos, porém, a realidade é quase igual. É o caso do uso do computador portátil próprio na escola, hábito de 46% dos professores de escola pública e 45% dos docentes da rede particular. No caso dos tablets, o número cai para 13% na rede privada, e 14% na rede pública. As estatísticas, porém, são menores do que há quatro anos, quando 76% dos professores da rede pública levavam o próprio netbook para a aula.
Fonte: g1