POLICIA

Mais de 11 mil laudos periciais estão sem conclusão no ES.

Crimes que aconteceram há quase 10 anos ainda esperam conclusão.

Em 24/04/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Mais de 11 mil laudos periciais estão sem conclusão no Departamento de Criminalística da Superintendência de Polícia Técnico Científica (SPTC) do Espírito Santo. Alguns desses crimes aconteceram há quase 10 anos.

A Associação Espírito-Santense de Peritos em Criminalística (AEPC) diz que as causas são a estrutura física deficiente e o baixo número de profissionais.

O órgão informou que só consegue elaborar apenas metade dos laudos solicitados e que a lentidão prejudica a formulação dos inquéritos policiais, das ações penais oferecidas pelo Ministério Público e dos processos judiciais. 

Em todo o estado, 150 peritos estão divididos na sede, em Vitória, e em seis plantões no interior. “Além do reduzido número de peritos, há uma defasagem muito grande na estrutura física, de forma especial, nas áreas de engenharia e tecnologia de informações. Não temos equipamentos, nem software necessários para algumas respostas”, apontou o presidente da AEPC, Danilo Ribeiro.

A infraestrutura é ainda pior no interior do estado, onde não há instalações próprias. Em Linhares,São Mateus, Barra de São Francisco e Venda Nova do Imigrante, o trabalho é feito em salas das Delegacias Regionais. Já em Cachoeiro de Itapemirim e Colatina, os peritos trabalham em salas oferecidas pelas prefeituras.

Nas seis cidades, não há como realizar exames toxicológicos e balísticos. “Armas, munições e drogas apreendidas, por exemplo, em Ecoporanga, precisa viajar praticamente 300 km, para serem analisadas na capital. Não há microscópios balísticos nesses plantões”, destacou Ribeiro.

O maior número de perícias sem conclusão são nas áreas de acidentes de trabalho, de acidentes trânsito e homicídios.

Investigações
A lentidão na conclusão dos laudos periciais acaba criando um efeito cascata, de acordo com o presidente da AEPC, o que prejudica o andamento de investigações importantes, que acabam priorizando situações em fase judicial.

“Muitas vezes o MP não pode oferecer a denúncia, e os juízes ficam sem provas periciais para análises criminais. Conseguimos ir até os locais, fotografamos, registramos, voltamos para o laboratório, mas o laudo fica parado, já que existem demandas paradas”, disse Ribeiro.

Fonte: G1-Espírito Santo