ESPORTE NACIONAL
Medina despacha Raoni Monteiro na repescagem em Trestles: \"Amarradão\"
Brasileiro bate Raoni por 13.83 a 9.94 na repescagem da 8ª etapa do WCT, nos EUA. Lenda Kelly Slater pega três ondas e elimina Jeremy Flores por 15,93 a 10,16 pontos
Em 16/09/2014 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Apontado como o melhor surfista brasileiro de todos os tempos, Gabriel Medina segue firme na busca pelo seu primeiro título mundial. Atualmente, ele é o líder do ranking, com 46.150 pontos, mas sofre a ameaça da lenda Kelly Slater. Onze vezes campeão mundial, o americano ocupa a vice-liderança, com 38.350 pontos, e não medirá esforços para dar fim ao sonho do brasileiro. Depois de três dias sem ondas, o swell deu o ar de sua graça em Trestes, em San Clemente, Califórnia, e o fenômeno da nova geração deu um show, avançando à terceira rodada, com Slater assistindo a tudo de camarote. Com um bom leque de manobras, o paulista de São Sebastião eliminou o também brasileiro Raoni Monteiro por 13.83 a 9.94 na repescagem da oitava etapa do Circuito Mundial de Surfe (WCT), na "nova Meda do surfe", nos Estados Unidos. Raoni não venceu uma bateria sequer nesta temporada - a última vitória foi na etapa de Bells Beach, no ano passado.
- Está meio traiçoeiro o mar. No começo da bateria, eu não consegui pegar ondas e ela foi reiniciada. Eu estava um pouco nervoso. Eu realmente tive sorte de conseguir avançar e estou amarradão. O Raoni é tão patriota como eu sou. É sempre difícil enfrentar um brasileiro, eu fico meio triste. Mas é uma competição. Você precisa pensar no seu trabalho - disse Medina.
O atleta de Saquarema (RJ) lamentou a derrota para o compatriota, mas se mantém na torcida para que o amigo consiga fazer história pelo Brasil. No retrospecto de confrontos entre os surfistas no WCT, Gabriel têm três vitórias contra duas de Raoni, que precisa de bons resultados para se manter na elite do surfe mundial em 2015.
- Eu não fiquei nervoso, eu só queria ganhar a bateria. Eu queria pegar boas ondas, mas eu não pude. A minha última só foi boa. O Gabriel está realmente detonando e quer ganhar o campeonato mundial. Eu sou brasileiro e estou torcendo por ele também. Eu fiz o meu melhor, mas não foi suficiente. Estou torcendo pelo Gabriel e ele vai ser o primeiro brasileiro a ganhar o título mundial - disse Raoni.
Agressivo, Medina se jogou na primeira, mas não soube controlar muito bem as manobras. A onda veio um pouco mexida fechou muito rápido na frente do brasileiro, que se virou como pode. Mas foi bom pra começar a soltar os nervos na bateria. Com a prioridade, Raoni Monteiro pegou uma onda mediana, conseguiu boas rasgadas, mas não completou. Na sequência, Medina acabou cometendo um erro em uma manobra, se desequilibrou e foi engolido pelo mar. A bateria começou a ferver, com ambos os surfistas se arriscando em Lower Trestles. Raoni encontrou ondas para executar boas manobras, mas Medina não fez por menos. Pegou outra boa onda, conseguiu manobras de costas para a parede da onda com velocidade e fechou com uma bela rasgada próximo às pedras da beira da praia.
Aos poucos, o fenômeno da nova geração foi ganhando confiança e perdendo o nervosismo. Mesmo sem a prioridade, ele pegou mais uma uma e apresentou um leque de manobras, pressionando o adversário. Medina ainda encontrou outra menor para a esquerda, que não prometia muito, mas o jovem de 20 anos decolou em um belo aéreo. Raoni se manteve firme, deu trabalho ao líder do ranking mundial, levou perigo na última onda, mas acabou sucumbindo. Na reta final, Medina ainda acertou outros aéreos e manobras para superar Raoni por 13.83 a 9.94, assegurando a vaga na próxima fase.
Kelly segue na cola de Medina
Com o olhar fixo na bateria de Medina e Raoni, Kelly Slater não perdeu nenhum detalhe direto da área reservada para os atletas em San Clemente. Próximo a entrar na água, o mito do surfe precisou de apenas três ondas para ir à terceira fase, com 15,93. Jeremy Flores bem que tentou, mas não passou de 10,16 pontos, dando adeus ao WCT de Trestles na 25ª colocação, somando 500 pontos no ranking em que ocupa a 33ª colocação.
- Eu tinha que fazer alguma coisa grande para conseguir uma nota alta. Eu pensei em um aéreo e deu certo. O Jeremy é um bom amigo e mesmo depois que a bateria acabou, ele veio falar comigo. Rivalidade à parte, nós continuamos amigos. Foi uma bateria muito importante para mim, pensando no campeonato - analisou o 11 vezes campeão mundial.
Fonte:GloboEsporte.com