ECONOMIA NACIONAL
Melhora de cenário deve levar empresas a captar R$ 40 bilhões
As empresas estão aproveitando a melhora no mercado de capitais, no Brasil e no exterior.
Em 27/06/2023 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A maior parte desses recursos está sendo usada pelas companhias para pagar dívidas, mas empresas como Suzano, CSN, Localiza e Direcional planejam levantar dinheiro para investimentos e planos de expansão.
Empresas brasileiras estão aproveitando a melhora no mercado de capitais, no Brasil e no exterior, para começar captações que devem chegar a um total de R$ 40 bilhões por meio de ofertas de ações na Bolsa de Valores (B3) e emissões de títulos de dívida no mercado local e externo. A maior parte desses recursos está sendo usada pelas companhias para pagar dívidas, mas empresas como Suzano, CSN, Localiza e Direcional planejam levantar dinheiro para investimentos e planos de expansão.
Ontem, a Petrobras emitiu US$ 1,25 bilhão (R$ 5,95 bilhões)em bonds de 10 anos, pagando ao investidor taxa de 6,625%. A operação sucede a da Cosan, que captou US$ 550 milhões em bonds de 7 anos. As empresas brasileiras ficaram vários meses sem acessar recursos no exterior por causa de fatores externos e internos.
Mercado de capitais
A reabertura da janela no mercado de capitais acelerou uma agenda de operações que era esperada para o segundo semestre. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) resolveu pausar as altas de juros e, no setor financeiro, as quebras de bancos americanos ou europeus, que assustaram investidores, pararam de acontecer.
No mercado doméstico, a surpresa com a mudança de perspectiva da classificação de risco do Brasil pela Standard & Poor’s (S&P), a inflação cedendo, a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara e a expectativa de queda dos juros – que fazem as taxas futuras caírem – estão entre os fatores que estimularam a melhora do mercado, que patinou nos primeiros meses de 2023, abalado pelo escândalo da Americanas.
Esta semana, devem ser fechadas três ofertas de ações (follow-on), da Localiza, Vamos e Direcional. Só a primeira, pode captar R$ 4,5 bilhões. Na semana passada, duas ofertas tiveram excesso de demanda, a da CVC e a da Oncoclínicas. As duas empresas usaram parte dos recursos para pagar dívidas. Nas debêntures, a Cemig, estatal mineira de energia elétrica, captou R$ 2 bilhões, a Iguá, do setor de saneamento, está captando R$ 3,8 bilhões e a Suzano planeja levantar R$ 1,5 bilhão.
"Nuvem começa se dissipar"
Felipe Thut, diretor-geral do Bradesco BBI, diz que o total de follow-ons este ano pode superar os R$ 24 bilhões de 2022. “A nuvem de incerteza começou a se dissipar”, disse. Em evento realizado em Londres para investidores internacionais, a mensagem foi a de que estão prontos para voltar a participar das operações em Bolsa, afirmou.
O diretor sênior da Fitch Ratings, Mauro Storino, afirma que o curso normal das empresas é estarem sempre captando, para investimento ou rolagem de dívida. No entanto, ele diz que, o evento de Americanas e Light acabaram represando uma série de operações previstas para acontecer no primeiro semestre.
“Não dá para aguardar o ano inteiro e em algum momento as companhias têm de tomar recursos, por mais que ainda o custo de captação esteja mais caro. Por isso vemos empresas voltando a acessar o mercado”, diz o diretor Fitch.
Storino afirma ainda que o fato de algumas companhias estarem rodando operações no mercado local e externo ao mesmo tempo, como a Cosan – que emitiu títulos no exterior e vai levantar debêntures no Brasil – ou no mercado de dívida e ações, como Vamos, reflete estratégias de diversificação de “bolsos” ou de estrutura de capital mais adequada para que a companhia não se alavanque demais em dívida.
O executivo de um banco estrangeiro que preferiu não se identificar, afirma que várias das ofertas de ações refletem rolagens ou pré-pagamento de dívidas tomadas pelas companhias durante a pandemia ou em rolagens posteriores a 2020. (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo - Estadão Conteúdo - https://www.istoedinheiro.com.br/autor/estadao-conteudo/)
Leia também:
> Apenas 0,88% das empresas brasileiras vendem para o exterior
> CNI: indústria da construção está empregando mais no país
> Acordo Mercosul-União Europeia inibe indústria brasileira
> Juros futuros caem com expectativa por reforma tributária
> BNDES e Petrobras assinam acordo de transição energética
> Intenção de consumo das famílias cresce 2,6% em junho
> Copom mantém juros básicos da economia em 13,75% ao ano
> Taxa de juros é irracional e Campos Neto joga contra o País
> Banco Central prevê lançar PIX Automático em abril de 2024
> Descontos na venda de carros chegam a R$ 400 milhões
TAGS: EMPRESAS | VENDAS | EXTERIOR | MELHORA | BRASIL | CENÁRIO