EDUCAÇÃO
Mensalidade de medicina é 10 vezes maior que a de pedagogia no Brasil
No topo de ranking, curso de medicina custa em média R$ 6,2 mil.
Em 28/08/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Medicina continua no primeiro lugar do ranking das faculdades mais caras do Brasil, de acordo com levantamento do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp). O custo médio das mensalidades é parte do Mapa do Ensino Superior no Brasil 2017, divulgado nesta segunda-feira (28), em São Paulo. Além de dados coletados pela própria entidade, o Mapa também analisa dados do Censo do Ensino Superior de 2015. Segundo o estudo, no primeiro semestre de 2017, no Brasil, a média geral do valor das mensalidades ficou em R$ 898. O curso de medicina apresentou mensalidade média de R$ 6,2 mil, seguido por odontologia (R$ 2,1 mil), arquitetura e urbanismo (R$ 1,2 mil) e engenharia (R$ 1,1 mil). O curso, entre os mais procurados, que teve a menor média de mensalidade foi pedagogia (R$ 621).
Crescimento acumulado das matrículas
A 7ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil mostra que, em 15 anos, cresceu 34% o total das matrículas no ensino superior, considerando os cursos presenciais e a distância, de 2009 a 2015, nas instituições públicas e privadas do país.
Se forem consideradas apenas as matrículas nos cursos a distância, o aumento entre 2009 e 2015 foi de 66%, sendo um crescimento de 90% na rede privada e uma queda de 26% na rede pública. A maior concentração de matrículas na EAD está na faixa etária dos 25 aos 34 anos (41,3%).
Taxa de evasão em alta
A pesquisa mostra que, desde 2010, a taxa de evasão no ensino superior está em crescimento. "Em 2015, a taxa de evasão dos cursos presenciais no país atingiu o índice de 28,6% na rede privada e 18,4% na rede pública. Nos cursos EAD, no mesmo ano, o índice chegou a 34,2% na rede privada e 28,7% na pública", aponta o estudo.
Aumento dos concluintes
O aumento no total de alunos que conquistam o diploma é um dos efeitos do aumento total dos alunos matriculados depois da expansão de programas como o Fies e o Prouni.
“O que chama a atenção nessa edição é que o número total de concluintes em cursos presenciais no Brasil registrou aumento de 9,3% de 2014 a 2015 (eram 841 mil e passaram a 919 mil em 2015) e o número total de concluintes nos cursos a distância cresceu 23% de 2014 a 2015 (eram 190 mil e passaram a 234 mil)”, afirma o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato.
Segundo Capelato, a pesquisa aponta que houve um aumento na proporção de alunos concluintes no ensino superior privado nas faixas de renda inferiores a 3 salários mínimos e de jovens pertencentes a classe C, justamente o público alvo dos programas governamentais.
Cursos presenciais mais procurados na rede privada
Veja abaixo a lista com os dados de matrículas absolutas em 2015:
- Direito - 764.548 matrículas (em 2015)
- Administração - 506.407
- Engenharia civil - 300.374
- Enfermagem - 224.876
- Ciências contábeis - 219.113
- Pedagogia - 211.408
- Psicologia - 197.324
- Arquitetura e urbanismo - 140.762
- Engenharia de produção - 129.249
- Fisioterapia - 126.692
- Engenharia mecânica - 97.342
- Gestão de pessoal / recursos humanos - 93.412
- Formação de professor de educação física - 93.288
- Educação física - 86.766
- Nutrição - 86.218
- Farmácia - 85.298
- Publicidade e propaganda - 81.762
- Medicina - 79.023
- Odontologia - 77.069
- Engenharia elétrica - 70.135
Cursos EAD mais procurados na rede privada
Veja abaixo a lista com os dados de matrículas absolutas em 2015:
- Pedagogia - 316.523 matrículas em 2015
- Administração - 173.619
- Serviço social - 93.968
- Ciências contábeis - 91.321
- Gestão de pessoal / RH - 86.834
- Empreendedorismo - 59.421
- Form. professor de educação física - 39.759
- Gestão logística - 35.751
- Administração pública - 32.911
- Gestão ambiental - 27.193
- Form. professor de história - 25.907
- Análise e desenvolvimento de sistemas - 23.200
- Marketing e propaganda - 19.671
- Gestão financeira - 17.655
- Form. professor de matemática - 17.402
Procura pela pós graduação
As matrículas totais em cursos de pós-graduação para mestrado, mestrado profissional e doutorado alcançaram 252 mil em 2015, um crescimento de 8,3% em relação a 2014 (232 mil). Na rede pública o aumento chegou a 7,2% (210 mil matrículas contra 196 mil em 2014). A rede privada, apesar do acréscimo no número de matrículas ter chegado a 14%, (42 mil em 2015 contra 37 mil no ano anterior), foi responsável por apenas 17% do total.
Regime de trabalho dos professores
Nas instituições de ensino superior da rede privada, em 2015, 31% de docentes em exercício eram especialistas, 48% mestres e 21% doutores. O regime de trabalho desses docentes em exercício, no mesmo período, era 38% parcial, 37% horista e 24% em tempo integral sem dedicação exclusiva, ficando somente 1% em tempo integral e dedicação exclusiva ao trabalho.
Histórico da pesquisa
No ano passado, tendo como base o Censo de 2014, a pesquisa apontou que os alunos que têm contrato com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) desistiam do curso universitário com menor frequência do que os demais estudantes das universidades privadas.
(Foto: Divulgação/UFC/Ribamar Neto)