ECONOMIA NACIONAL
Mercado prevê mais inflação e queda maior do PIB em 2015.
Expectativa é que o IPCA chegue a 10,38% e o PIB recue 3,19%.
Em 30/11/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A previsão dos economistas do mercado financeiro é que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche 2015 em 10,38% e o Produto Interno Bruto (PIB) registre queda de 3,19%. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando houve retração de 4,35%.
Os valores estão acima das estimativas divulgadas na semana anterior pelo boletim Focus, do Banco Central. No último boletim, o mercado previa que o IPCA chegaria a 10,33% no final deste ano e que o PIB recuaria 3,15%.
Para 2016, a expectativa se manteve para a inflação oficial, em 6,64%, mas para o PIB, a previsão de queda aumentou, de 2,01% para 2,04%.
IPCA
Essa foi a décima primeira alta seguida no indicador de inflação. O BC informou, no fim de setembro, que estima um IPCA de 9,5% para este ano. Segundo economistas, a alta do dólar e, principalmente, dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressiona os preços em 2015.
Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central para 2015 e 2016 é de 4,5%, mas, com o intervalo de tolerância existente, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.
Recentemente, o BC admitiu que não conseguirá trazer o IPCA para a meta central de 4,5% no próximo ano. Segundo a autoridade monetária, isso será possível somente em 2017.
PIB
Se a previsão se concretizar, será a primeira vez que o país registrará dois anos seguidos de contração na economia – a série histórica oficial, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem início em 1948.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira. No mês passado, a "prévia" do PIB do BC indicou uma contração de 3,38% até setembro.
No fim de agosto, o IBGE informou que a economia brasileira registrou retração de 1,9% no segundo trimestre de 2015 em relação aos três meses anteriores, e o país entrou na chamada "recessão técnica", que ocorre quando a economia registra dois trimestres seguidos de queda. De janeiro a março deste ano, o PIB teve baixa de 0,7% (dado revisado).
Taxa de juros
Após o Banco Central ter mantido os juros estáveis em 14,25% em novembro, o maior patamar em nove anos, o mercado manteve a estimativa de que não devem ocorrer novos aumentos de juros em 2015.
Para o fim de 2016, a estimativa subiu de 13,75% para 14,13% ao ano – o que ainda pressupõe redução da taxa Selic ao longo do ano que vem, embora em menor intensidade.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços.
Câmbio, balança e investimentos
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2015 ficou mantida em R$ 3,95 por dólar. Para o término de 2016, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio ficou estável em R$ 4,20.
A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2015 subiu de US$ 14,95 bilhões de resultado positivo para R$ 15 bilhões. Para 2016, a previsão de superávit recuou de US$ 31,78 bilhões para US$ 31,68 bilhões.
Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu em US$ 62,8 bilhões. Para 2016, a estimativa dos analistas para o aporte caiu de US$ 59 bilhões para US$ 58 bilhões.
Fonte: G1