POLÍTICA INTERNACIONAL
Merkel defende liberdade religiosa, incluindo direito ao uso da burca.
Chanceler alemã falou em fórum sobre o tema.
Em 14/09/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defendeu nesta quarta-feira (14) o pleno direito à liberdade religiosa, incluído o uso da burca, mas destacou a necessidade de restringi-la em certos âmbitos da vida pública onde seja necessário ir com o rosto descoberto.
"A liberdade de credo envolve poder fazer expressão pública deste", afirmou Merkel perante a Conferência Interparlamentar sobre Liberdade Religiosa, realizada em Berlim e patrocinada pela União Democrata-Cristã (CDU), o partido que ela preside, e a União Social-Cristã da Baviera (CSU).
O líder alemã admitiu que o uso do véu integral é "um grande obstáculo" para a integração com a sociedade alemã e legitimou, por outro lado, as restrições que a CDU/CSU quer impor a seu uso nos espaços públicos. Merkel abordou assim a iniciativa apresentada em agosto por seu ministro do interior, Thomas de Maizière, que, frente às vozes de seus próprios aliados reivindicando proibição total do véu integral, defendeu impulsionar restrições a seu uso em determinados âmbitos.
De acordo com esses planos, a burca ficaria proibida em manifestações, escolas, escritórios oficiais como cartório civil, tribunais, controles de trânsito ou qualquer outra situação em que se requeira identificar uma pessoa.
A chanceler expressou também nesse fórum sua compreensão dos temores da comunidade judaica pelo antissemitismo que pode ser gerado entre os refugiados muçulmanos.
Segundo ela, muitas pessoas que pedem asilo procedem de países com um conceito "limitado da liberdade religiosa". A líder alemã insistiu na necessidade de transmitir a esses grupos o "sentido do direito fundamental" à liberdade religiosa, como fator indispensável para a integração em uma sociedade aberta e tolerante.
Polêmica do burkini
Na França, o burkini, uma vestimenta usada por mulheres muçulmanas para ir à praia, tem causado polêmica. Algumas cidades do sul do país proibiram o uso dessa roupa de banho, gerando protestos de entidades islâmicas.
O Conselho de Estado, mais alta instância administrativa francesa, considerou que os burkinis não provocam distúrbios de ordem pública e, por isso, não devem ser proibidos.
Fonte: EFE