SAÚDE

Ministério inicia campanha de combate à doença de Chagas

Ministério da Saúde iniciou hoje (13), uma campanha de conscientização sobre a doença.

Em 13/04/2022 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: © Walterson Rosa/MS

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, é possível que o número de pessoas contaminadas seja bem maior e, em um cenário mais pessimista, chegue a 4,6 milhões de pessoas.

O Ministério da Saúde iniciou hoje (13), véspera do Dia Mundial de Combate à doença de Chagas, uma campanha de conscientização da população sobre essa enfermidade que, segundo estimativas da pasta, atinge pelo menos 1 milhão de pessoas no país e resulta em mais de 4 mil mortes a cada ano.

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, é possível que o número de pessoas contaminadas seja bem maior e, em um cenário mais pessimista, chegue a 4,6 milhões de pessoas.

“Significa que, atualmente, até 2,4% da nossa população possa estar infectada pela doença", disse ele durante o anúncio da campanha deste ano, que tem, como tema, “Ajude-nos a saber quantos somos e onde estamos”.

Durante a cerimônia, foi lançada também a nova edição do boletim epidemiológico de 2022, intitulado Territorialização e Vulnerabilidade para a doença de Chagas crônica.

"A partir de hoje, a campanha será veiculada na TV, rádio, redes sociais e outras mídias, com objetivo de conscientizar a população para prevenir o inseto 'barbeiro', vetor da Chagas. A prevenção começa dentro de casa, com formas simples de evitar os criadouros e se proteger", informou o ministério.

Presente no evento, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a doença de Chagas é uma doença diretamente relacionada a regiões com baixo índice de desenvolvimento humano (IDH).

“Hoje discutimos quantos somos e onde estamos”, disse tendo por referência o tema da campanha lançada hoje. “Será que, mais de um século depois [da identificação da doença pelo pesquisador Carlos Chagas] deveríamos ainda discutir esse assunto? Será que devíamos ter, em pleno século 21, doenças negligenciadas? Este é um desafio para todos que estão à frente de sistemas de saúde”, disse o ministro ao destacar o papel relevante de Carlos Chagas por levar a pesquisa “da bancada à prática clínica, com seu instinto investigativo”.

Queiroga acrescentou que a doença ainda afeta um grande número de pessoas e que, além disso, “mais de 65 milhões de pessoas estão sob risco da doença”.

Arnaldo Medeiros disse que, nas últimas décadas, houve uma mudança epidemiológica significativa da doença, o que resultou em uma redução de 70% na incidência de casos agudos. 

“Atualmente, casos agudos estão mais relacionados à ingestão de alimentos contaminados com as fezes do barbeiro, principalmente na Amazônia”, disse o secretário de Vigilância em Saúde.

Queiroga complementou a fala de Medeiros dizendo que:

“Ainda persiste, em função das desigualdades, não só a possibilidade de transmissão habitual como outras formas".

Ele elogiou iniciativas como as dos programas IntegraChagas e o Cuida Chagas, executados pela Fiocruz, que:

“Devem servir de norte para que possamos trabalhar de maneira determinada para combater não só a forma congênita de transmissão mas também as outras formas que temos de transmissão da doença”, disse ao usar, como exemplo, as transmissões durante a gravidez, de mãe para filhos; ou por meio de transfusão de sangue.

O IntegraChagas tem por objetivo aumentar a oferta de diagnóstico e tratamento na atenção primária. Já o programa CuidaChagas (Comunidades Unidas para Inovação, Desenvolvimento e Atenção para a Doença de Chagas) é um consórcio internacional que desenvolve projetos pilotos de abordagem de testes e tratamentos que visa eliminar a transmissão congênita da Chagas. As experiências piloto têm sido implementadas em municípios localizados no Brasil e em países vizinhos como a Bolívia, Colômbia e o Paraguai. (Por Pedro Peduzzi/Agência Brasil)

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