Ministério Público vai investigar desastre no Morro da Boa Vista, ES.

Um inquérito civil vai ser aberto para investigar as ações adotadas pela Prefeitura de Vila Velha, na Grande Vitória, antes e após o rolamento de blocos de pedra no Morro Boa Vista. O desastre ocorrido na última sexta-feira (1) atingiu quatro casas e desalojou mais de 400 famílias.

A informação da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) é que cinco feridos foram atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e pelo Corpo de Bombeiros, além de outras 10 pessoas socorridas por moradores, com ferimentos leves. Não há desaparecidos, nem mortos.

O Ministério Público Estadual (MP-ES), por meio das promotorias de Justiça de Meio Ambiente e Urbanismo de Vila Velha, informou que inicialmente vai dar prioridade para apurar as questões emergenciais, como a retirada das pessoas em situação de risco e o que foi feito para assegurar moradia provisória adequada às famílias.

O passo seguinte vai ser avaliar as ações ambientais e urbanísticas realizadas na região, bem como se o rolamento de blocos de pedra poderia ter sido evitado. E ainda, diz o texto da nota, “se houve omissão, negligência, ou dolo na conduta dos responsáveis”.

Documento
Um documento da Defesa Civil de Vila Velha, na Grande Vitória, em parceria com a Defesa Civil do Brasil, elaborado em 2012, já alertava sobre os riscos de deslizamento na região do Morro da Vista.

Em entrevista ao Bom Dia ES, nesta segunda-feira (4), o prefeito Rodney Miranda disse que o documento não foi recebido pela administração atual e justificou, inclusive, que precisou refazer o trabalho de mapeamento em 2013 e chegou a retirar algumas famílias da região de São Torquato, na época. Segundo ele, apesar disso, nenhum estudo apontava a possibilidade de a pedra ter se rompido.

Procurado, o ex-prefeito de Vila Velha, Neucimar Fraga (PSD), afirmou que esse relatório foi protocolado na própria prefeitura, justamente para que chegasse ao atual prefeito. Neucimar afirmou ainda que o relatório alertava para o risco permanente de deslizamento de pedras na região.

Fonte: G1-ES