NEGÓCIOS

Ministro da Agricultura autoriza Polo de Fruticultura no Caparaó

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Magg, esteve em Vitória.

Em 15/03/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Agricultores familiares de 11 municípios do Caparaó, no Sul do Espírito Santo, serão beneficiados com a criação do Polo de Fruticultura na região. A liberação do recurso, articulado pela senadora Rose de Freitas (MDB-ES) e no valor de R$ 4 milhões, foi assinada na noite desta quinta-feira (15) pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), em Vitória. Maggi, também nesta quinta, teve reuniões de trabalho nos municípios de Santa Maria de Jetibá e Venda Nova do Imigrante, ao lado de Rose, do senador Ricardo Ferraço (PSDB) e dos deputados federais Evair de Melo (PV) e Marcus Vicente (PP). 

 O projeto do Polo de Fruticultura é coordenado pelo Centro de Ciências Agrárias e Engenharias da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Inicialmente, serão beneficiados produtores rurais de Divino de São Lourenço, Alegre, Guaçuí, Ibitirama, lúna, Jerônimo Monteiro, Dores do Rio Preto, Ibatiba, Irupi, Muniz Freire e São José do Calçado.

A iniciativa da Ufes lembrou o ministro da revolução da agricultura brasileira nos últimos 50 anos. No período, segundo ele, o país “passou de importador de alimentos para o quarto maior produtor de alimentos no mundo e o segundo maior exportador”, muito por conta da capacitação profissional e também dos investimentos feitos pelo Governo.

 “[O projeto da Ufes] é uma construção permanente [dos governos] com mais velocidade ou com menos velocidade, além da formação dos agricultores. Isso fez o Brasil crescer da maneira como cresceu, pois potencial agrícola a África tem tanto quanto o Brasil. No entanto, a África não vai porque não tem políticas e não tem gente que foi capacitada, que foi treinada e que estudou para fazer isso”, pontuou.

O reitor da Ufes, Reinaldo Centoducatte, agradeceu a assinatura do convênio e o empenho da senadora Rose para liberar o recurso. Ele afirmou que um dos objetivos do projeto de implantação do Polo de Fruticultura no Caparaó é transformá-lo em Polo Industrial, ampliando a abrangência dos produtos produzidos por agricultores familiares.

“Essa é uma oportunidade que, através do conhecimento e da iniciativa de professores de nossa Universidade, teve a acolhida, primeiramente, da senadora Rose de Freitas. Estamos para inaugurar uma fábrica de alimentos lá no Centro de Ciências Agrárias e Engenharia que também será um instrumento na transformação desse Polo em um Polo Industrial de vários tipos de produtos”, afirmou.

Já o presidente da Findes, Leonardo de Castro, ressaltou que o agronegócio representa 1/3 do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo. Ele afirmou que o crescimento da fruticultura capixaba é evidente. “Nós temos a tradição do café e na fruticultura estamos ganhando cada vez mais espaço. E uma fruticultura com agregação de valor. Linhares produz 70% dos sucos Del Valle e essa indústria tem incentivado muito o crescimento da fruticultura como um todo: goiaba, maracujá, abacaxi têm sido cada vez mais induzidos por esta indústria, assim como a indústria de polpas, de geleias”.

A senadora Rose de Freitas comemorou a assinatura do convênio entre Ministério da Agricultura e Ufes. “Hoje esse projeto acontece, sinceramente, por todo o trabalho que foi feito e pela perspicácia. É preciso acompanhar o raciocínio dessa comunidade capixaba produtiva que quer encontrar saída para os seus gargalos, operacionalizar a produção que precisa ser feita”

Santa Maria

O ministro da Agricultura se reuniu com avicultores na manhã desta quinta (15) em Santa Maria de Jetibá, região serrana do Estado, considerada o segundo maior polo de produção de ovos do país. Ele defendeu que o investimento em “infraestrutura viária, portos e ferrovias” resulta na valorização da renda dos produtores rurais e no barateamento das mercadorias locais.

“Como é que o Governo pode fazer para melhorar a renda de vocês, aqui em Santa Maria? Milho caro, estrada ruim, impostos, portos, ferrovias... Tudo isso faz parte de um conjunto que uma vez que o país conseguir melhorar, conseguir fazer, vai melhorar o preço das mercadorias aqui. Entre eu, no meu Mato Grosso, e vocês aqui tem uma diferença gigante. O milho para nós lá não vale nada”, apontou. O Espírito Santo consome 70 toneladas por mês de milho e 20 toneladas de soja.

 O ministro ressaltou aos avicultores, representados por cooperativa no evento, que os investimentos feitos pelo Governo Federal nos portos capixabas possibilitam a importação de milho como forma de barateamento. “Urgentemente vocês têm de começar a pensar na importação de milho, se for mais barato que trazer de outro lugar. Eu consigo entender todo o sistema e aqueles que estão nas atividades [rurais] precisam tomar atitudes antecipadas para que o prejuízo não chegue”, alertou.

A senadora Rose destacou a importância econômica de Santa Maria para o Espírito Santo. “Essa cidade, depois de Aracruz, foi a que mais empregou no Estado. E, depois, o ICMS dessa cidade cresceu 18% - são mais R$ 500 mil por mês. Isso é fruto de algum visionário? Não! É fruto da labuta cotidiana de todo mundo que trabalha”.

Venda Nova

A desburocratização do setor agrícola foi tema predominante na visita do ministro a Venda Nova do Imigrante. Na reunião com produtores de café, vinho e queijo, e setor do agroturismo, ele garantiu compromisso com a expansão do mercado para os produtos brasileiros.

“Nós já mudamos muitas regras no Ministério, inclusive a Instrução Normativa (IN) para pequenas indústrias familiares foram modificadas fortemente. Como pode uma legislação que permite vender nesse município e não permite vender no outro? O cidadão daqui é diferente do cidadão do outro. São essas coisas que estamos buscando resolver”, explicou.

De acordo com o prefeito de Venda Nova do Imigrante, Braz Delpupo, a burocracia é inimiga dos produtores da cidade, em sua maioria da agricultura familiar. “A maior propriedade aqui não chega a cinco alqueires. É uma grande leva de pessoas que sobrevive em condições favoráveis em pequenas propriedades, com a sua diversificação agrícola”, destacou.

Rose reconheceu publicamente o empenho de Maggi à frente do Ministério. “Desburocratizar é com esse ministro. Se há um ministro dinâmico, um ministro preocupado em fazer toda a regulamentação necessária, tirar as pedras do caminho, facilitar a vida da nossa agricultura, do nosso desenvolvimento, está aqui o ministro [Blairo Maggi]. Por isso eu queria que ele viesse ver de perto [a realidade do nosso estado]”, afirmou.

Foto: Leandro Fidelis