MOTOR
Mitsubishi admite manipulações em testes de emissões de 625.000 carros.
O anúncio foi feito no momento em que a indústria automobilística passa por controles mais rígidos.
Em 20/04/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A montadora japonesa Mitsubishi Motors admitiu nesta quarta-feira ter "manipulado testes de emissões para apresentar rendimentos de energia melhores", uma fraude que envolve pelo menos a 625.000 veículos de pequeno porte, alguns construídos pela também nipônica Nissan.
O anúncio foi feito no momento em que a indústria automobilística passa por controles mais rígidos, depois que a alemã Volkswagen admitiu ter instalado um software para manipular os resultados de emissões em milhões de veículos.
A ação da Mitsubishi Motors despencou 15% nesta quarta-feira na Bolsa de Tóquio. O título perdeu 15,16% no fechamento, a 733 ienes.
"Pedimos desculpas a todos os nosso clientes e às demais partes afetadas", afirmou o presidente do grupo, Tetsuro Aikawa, durante uma entrevista coletiva no ministério dos Transportes.
"Nosso cliente Nissan descobriu divergências entre os números divulgados e os constatados, e solicitou uma revisão", anunciou a empresa em um comunicado.
"Decidimos interromper a produção e as vendas dos modelos envolvidos", explicou a empresa. A Nissan adotou a mesma medida.
A Mitsubishi Motors, conhecida pelos modelos 4x4 Outlander e Pajero, vende quase um milhão de carros por ano.
Para o ano fiscal encerrado em março de 2016, o grupo espera um volume de negócios equivalente a 18 bilhões de euros (US$ 20,3 bilhões). Os resultado serão divulgados em 27 de abril.
O caso recorda o escândalo da Volkswagen, revelado há alguns meses. O grupo alemão, proprietário de 12 marcas e com quase 200 bilhões de euros de volume de negócios, admitiu em setembro que manipulou os motores a diesel de 11 milhões de veículos em todo o mundo para que parecessem menos poluentes do que eram na realidade.
O grupo Volkswagen registrará em 2015 perdas de bilhões de euros, provocadas pelas provisões que a empresa deve constituir para enfrentar os custos e indenizações, ainda não determinados, vinculados ao "dieselgate".
anb/fp/MITSUBISHI MOTORS/AFP