CIDADE

Moradores de rua sofrem com o frio na Grande Vitória

Barracas embaixo de marquises viram quartos para quem precisa.

Em 05/07/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O inverno chegou no Espírito Santo e as temperaturas ficaram mais baixas. Com isso, as pessoas que moram nas ruas precisam improvisar para enfrentar o frio. Barracas feitas com papelão embaixo de marquises viram quartos e o concreto se transforma em cama.

Para fugir do vento, os moradores de rua se viram como podem. Quem tem um colchão se considera até privilegiado. José divide o dele com os amigos. “Até pessoas que moram em casa estão falando desse frio. A gente ganha doação também, mas às vezes você ganha um cobertor um dia e no outro está molhado. Você precisa de uma nova doação”, disse José.

Marco Antonio de Souza mora nas ruas e acabou de ganhar um par de luvas e um casaco. Ele ainda não sabe como vai passar a noite, porque o papelão que ele usava acabou tomando chuva.

“Nós precisamos de ajuda, agasalho, roupa, quem puder doar, ajudar. Está terrível”, contou Marco.

Fiéis que participam da pastoral social da Igreja Católica de Jardim da Penha em Vitória saem pelas ruas da capital distribuindo agasalhos, sopas e outras comidas para a população de rua. Eles também encaminham para tratamento as pessoas que têm dependência química e desejam se tratar.

A fisioterapeuta Driele Souza contou que ajuda como pode, levando um pouco de alento e calor. “A gente procura encaminhar quem tem interesse, às vezes a gente ajuda no que for preciso, a conseguir emprego, medicamento, documentos. A gente auxilia no que a pessoa precisar. Morador de rua tem histórias diversas”, disse.

“Esse trabalho a gente já está fazendo tem um ano e já percebemos que isso cria um vínculo, eles nos conhecem, eles vão até as nossas reuniões, já sabem”, contou Francisco Schwan, que também trabalha na pastoral social.

Além de torcer para que as noites frias passem logo, quem mora nas ruas sonha com dias melhores. “Quando você está no frio, você lembra do convívio da família e eu perdi isso, porque eu não dei valor. Mas eu estou pedindo uma nova oportunidade para pessoas que não me conhecem”, afirmou uma mulher que não quis se identificar.

(Foto: Reprodução/ TV Gazeta)