CIDADE

Mosquitos mais agressivos tiram sossego de moradores no ES.

Espécies se parecem com Aedes aegypti, mas não transmitem dengue.

Em 29/11/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Uma infestação de mosquitos tem tirado o sossego da população em alguns municípios da Grande Vitória. Com picadas doloridas e mais agressivos, voam em bandos de milhares de indivíduos, picando mesmo sobre a roupa. E, ao que tudo indica, os mosquitos vão importunar o capixaba por muito mais tempo.

Esse alerta foi divulgado pela própria Prefeitura de Vitória, município onde a infestação é muito maior. Apesar das reclamações partirem de todas as regiões da capital, moradores de locais como Jardim da Penha, Praia e Camburi e Jardim Camburi têm sofrido mais.

É o caso da universitária Giovanna Magnago Rogério, de 21 anos. Há 19 anos morando em Jardim Camburi, ela garante que nunca sofreu com tantos mosquitos.

“Tenho alergia e já gastei dois frascos de repelentes e dois de inseticidas aqui em casa, mas nada resolve. Fumacê que é bom mesmo só vi passar uma vez, desde que a infestação começou”, reclamou.

De acordo com a coordenadora da Vigilância Ambiental de Vitória, Clara Scarpatti, são duas as espécies de mosquitos que estão infestando a capital: o Aedes taeniorhynchus e o Aedes scapularis.

Esses insetos têm cinco manchas brancas em suas “patas”, por isso se parecem com o Aedes aegypti, mas não são vetores de nenhum dos tipos de vírus da dengue, da zika ou da chikungunya.

“São espécies nativas do litoral capixaba e, ao contrário do transmissor da dengue, gostam de colocar os ovos em solo úmido, por isso também se proliferam próximos a manguezais”, explica Clara, que também é bióloga.

Os bairros próximos a essas áreas são os mais prejudicados. A bióloga esclarece que são   mosquitos  sazonais e o fenômeno geralmente perdura por até vinte dias. Como as reclamações começaram há cerca de duas semanas, a população vai precisar de paciência para conviver com esses insetos.

Em Vila Velha, a infestação é menor, segundo o coordenador da Vigilância Ambiental, Carlos Henrique Ribeiro, mas tem havido registros na Praia da Costa, em Cobilândia e Guaranhuns. Já Cariacica, Viana e Serra ainda não registraram a infestação, segundo as prefeituras.

Excesso de repelente pode fazer mal
Embora sejam indicados para proteção e combate aos mosquitos, o uso excessivo de repelentes e inseticidas nas residências pode provocar algum problema de saúde. O alerta é do médico infectologista Paulo Peçanha.

“Medidas como tela nas janelas e roupas que cubram mais o corpo podem ajudar a evitar a picada do mosquito. O repelente deve ser usado nas áreas que não se consegue proteger. Mas o repelente é um medicamento. O uso excessivo associado com inseticidas pode trazer danos à saúde”, orienta.

Para Peçanha, para um uso seguro desses produtos é preciso respeitar as especificações dos fabricantes e a maneira mais eficaz de enfrentar o problema é eliminando todos os focos do mosquito.

Ele pondera que, embora as espécies Aedes taeniorhynchus e Aedes scapularis não transmitam dengue, zika ou chikungnya, a proliferação desses   mosquitos  é um alerta para que seja feito um combate também contra o Aedes aegypti, vetor desses vírus.

“O importante é evitar a proliferação eliminando os criadouros dentro e fora de casa. Calor, chuva e água parada são a combinação perfeita para proliferação desses insetos”, conclui.

Prefeituras da Grande Vitória reforçam as viagens do fumacê
Para conter a infestação pelas espécies do mosquito Aedes taeniorhynchus e Aedes scapularis, os municípios de Vitória e Vila Velha estão reforçando as ações de combate.

Serra, Cariacica e Viana não registram infestação dessas espécies, mas trabalham na conscientização da população para se prevenir contra outra espécie que já fez estragos: o Aedes aegypti.

Na capital, os bairros da área Continental como Jardim da Penha, Bairro República, Maria Ortiz, Mata da Praia e Jardim Camburi vão receber reforço de mais dois carros fumacê, além do cronograma normal, nos próximos dias, de acordo com a coordenadora da Vigilância Ambiental, Clara Scarpatti.

Em Vila Velha, o coordenador da Vigilância Ambiental, Carlos Henrique Ribeiro, diz que a incidência do pernilongo é maior que as espécies que infestam Vitória, mas ainda assim o carro fumacê percorre todo o município a cada 15 dias. Praia da Costa, Cobilândia e Guaranhuns têm registrado infestações e por isso recebem cuidado especial.

Na Serra, em Cariacica e em Viana, além das ações para controle e monitoramento, as prefeituras afirmam que investem em conscientização quanto à importância da prevenção.

Fonte: g1-ES