MOTOR
Motos de aventura levam a tecnologia da competição para as ruas e estradas
O rali Dakar encerrou sua 36ª edição no último domingo (18)...
Em 21/01/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O rali Dakar encerrou sua 36ª edição no último domingo (18) coroando a KTM novamente como vencedora da categoria reservada a motocicletas. Verdadeira especialista motos de fora de estrada, a marca de origem austríaca conquistou a sua 14ª vitória consecutiva, o que faz dela a maior vitoriosa da história deste rali, considerado o mais difícil do planeta.
Toda essa experiência técnica acaba refletindo nos modelos que a empresa faz para consumidores comuns. De volta ao Brasil, e desta vez em primeira pessoa, com motos sendo montadas em Manaus, a KTM traz no seu catálogo de estreia modelos com “DNA” 100% Dakar: a 1190 Adventure e 1190 Adventure R (fotos abaixo), motos com espírito de maratonistas, feitas para quem quer ir longe sem ficar sobressaltado se a estrada ficar ruim.
Já para quem preferir motos para a prática do real fora de estrada, a marca oferecerá modelos totalmente esportivos, que nem licenciadas podem ser, ou seja, são para uso restrito em competições ou em trilhas. Tratam-se das 350 e 250 EXC-F, motos de enduro.
Apesar de o regulamento do Dakar ter limitado o tamanho dos motores a 450 cc a partir da edição de 2011, dizendo que isso era necessário para conter as cada vez mais elevadas velocidades dos modelos, uma breve análise das motos da KTM mostra o que esta verdadeira “correria” por desertos, montanhas, lama e pedras que é e sempre foi o rali Dakar resulta em termos de avanço para a indústria da motocicleta, e que faz a alegria dos fãs das cada vez mais populares motos estilo “Adventure”.
Concorrentes
Em outros anos do rali Dakar, originalmente disputado no continente africano, mas que desde 2009, por razões de insegurança política, é feito na América do Sul (Argentina, Chile e Bolívia), outras marcas se destacaram. A número 2 em total de vitórias é a Yamaha, campeã em nove ocasiões, seguida pela BMW (seis vezes ganhadora), Honda (cinco) e Cagiva (duas).
Vencer desde 2001 sem interrupção não foi certamente uma tarefa fácil para a KTM. E as vitórias nos dois últimos anos foram especialmente mais difíceis, em razão da forte disputa com a gigante Honda, marca líder mundial que voltou ao rali de maneira oficial na edição de 2013. Apesar de ter chegado perto neste ano (liderou o rali até a metade), ela não conseguiu derrubar a KTM do trono.
Dominadora da competição no final dos anos 1980, a Honda pode se gabar de ter desenvolvido uma motocicleta que se tornou um verdadeiro sucesso comercial: a Honda Africa Twin (foto abaixo). Lançada exatamente no ano de sua derradeira vitória no rali Dakar, 1989, este modelo rendeu não apenas boas vendas como foi a precursora de uma família de motos ditas “de aventura”, que aproximou mais consumidores de características desejáveis em motos que têm de enfrentar trajetos longos e hostis como os que caracterizam o rali. Talvez as mais evidentes delas fossem o tanque de combustível de grande capacidade, o motor bicilíndro em V poderoso e resistente e – paradoxalmente para uma moto nascida para competições – o conforto.Em um rali como o Dakar, os pilotos passam o dia ao guidão percorrendo terrenos péssimos e sem nenhuma infraestrutura como postos de abastecimento de combustível. Deste modo, as características ideais para o sucesso no rali resultaram em experiência aplicada a motos de linha normal de produção, perfeitas para aventureiros de fim de semana ou simplesmente para gente ansiosa por viagens que nem precisava mais decidir o destino com base na situação da estrada.
Não foram só a KTM e a Honda a terem desenvolvido modelos de sucesso a partir de vitórias no Dakar. A Yamaha foi a marca pioneira a vencer o rali em 1979 e 1980 com sua lendária XT 500 (da qual derivou a bem conhecida dos brasileiros XT 600 Ténéré). Mas foram as conquistas na década de 1990 – sete no total – que deram como resultado as bicilíndricas Super Ténéré (veja foto abaixo), originalmente lançadas com motores de 750 cc que hoje alcançaram respeitáveis 1.200 cc. Mais uma vez, a experiência no Dakar foi usada para dar aos motocicletas que estão fora da competição mais resistência, performance e conforto para passar “dias” ao guidão.
Fonte:AutoEsporte