SAÚDE
Mulher tem queimadura de 3º grau em procedimento para perda de gordura
Procedimento foi feito por esteticista em um salão de beleza em Cuiabá.
Em 04/08/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Incomodada com a gordura localizada na barriga, Priscila Ribeiro, de 27 anos, resolveu fazer um tratamento chamado criolipólise, com a promessa de que 3% de gordura seria eliminada. Após a sessão, a cuidadora de idosos ficou com queimaduras de terceiro grau. A técnica usa um aparelho que “congela” as células de gordura e pode chegar a até -10º. Uma manta separa a pele do paciente do aparelho, que libera calor ao mesmo tempo.
O procedimento foi feito por uma esteticista em um salão de beleza e custou cerca de R$ 2 mil, o que, segundo ela, era mais barato que em clínicas onde o tratamento é feito com acompanhamento médico. Priscila conta que a manta foi colocada e a máquina ficou na barriga por aproximadamente 30 minutos.
Ela notou uma vermelhidão na pele, a qual considerou normal como em outras sessões, mas, mesmo após a massagem, sentiu a pele queimar como se ainda estivesse com o aparelho.
“Depois de uma hora, olhei e estava com uma bolha pequena. Depois de quatro horas, cheguei em casa e vi que a bolha tinha aumentado 90%. Percebi que tinha uma queimadura e quando fui para o hospital era uma queimadura de 3º grau”, lembra.
Em vez de eliminar a gordura localizada, Priscila teve um resultado que não esperava, mesmo procurando um local onde várias pessoas que ela conhecia já haviam feito o tratamento. Ela diz que se arrepende por não ter escolhido um local adequado, que tivesse o acompanhamento de um médico.
“Não pesquisei outras opções. Aconselho todas as pessoas que pretendem fazer esse procedimento a procurarem um médico que tenha qualificação. Que não procure ver preço e sim a qualidade, porque é uma marca que você pode ter para sempre, uma queimadura”, diz.
Tem seis meses que ela faz sessões com uma dermatologista para reduzir o efeito das manchas causadas pela queimadura. Mas a dermatologista, Elaine Kunze, explica que é um tratamento a longo prazo, que dura meses. “Entramos com um tratamento de recuperação, com regeneradores da pele, hidratação e uso do protetor solar. Depois fizemos clareamento e estamos na fase de realizar os peelings para um tratamento mais profundo na pele da Priscila”, afirma Kunze.
A recomendação da presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia de Mato Grosso (SBD/MT), Juliana Mendonça, para os interessados em fazer sessões de criolipólise é de que procurem clínicas com a supervisão de um médico que esteja acostumado com a técnica e as complicações que pode ela pode causar.
“Isso para ser tratada o quanto antes se algo acontecer. O equipamento tem que ter registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ser usado de acordo com a técnica correta”, informa.
Fonte: G1