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Mulheres tornam trança nagô caminho para geração de renda
Em Vitória, mulheres fazem do workshop de trança nagô caminho para geração de renda
Em 01/08/2022 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O foco da reflexão sobre o empoderamento da mulher negra foi considerado, por ser o dia 25 de julho - Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha.
O workshop de trança nagô, ofertado pela Unidade Inclusão Produtiva (UIP), equipamento da Secretaria de Assistência Social de Vitória (Semas), em parceria com o Ensino Social Profissionalizante (Espro), uniu mulheres que alimentam sonhos que vão além da obrigação de fazer penteados nas filhas e netas, mas que buscam qualificação para gerar renda e transformar suas vidas por meio do empreendedorismo.
Uma delas é a dona de casa Sônia Dias, de 70 anos. Ela contou que sempre teve o sonho de trançar cabelos e só o ato de se inscrever para a oficina levou dona Sônia a pensar num futuro como trancista.
"Já falei com minhas filhas que gostaria de trabalhar como trancista. Quero fazer outros cursos para ficar boa no que pretendo fazer. Minhas filhas quando souberam do meu interesse me apoiaram muito", comentou.
Já a curiosidade da arte e técnica de trançar atraiu a dona de casa Lívia Maria Menezes Silva, de 30 anos. Ela contou que quer agregar a experiência que tem como cabeleireira para ampliar o leque de opção de serviços.
"Olhando parece fácil, mas é preciso treinar para fazer bem feito. Estou empolgada para fazer penteados trançados", comentou.
Scheila Costa do Nascimento, de 41 anos, que trabalhou como cobradora de ônibus, disse que sua participação na oficina de trança nagô foi meio por acaso.
"Foi a melhor coisa que aconteceu. Desempregada, eu vim até aqui (UIP) atrás de qualquer curso, oficina, workshop de qualquer coisa. Saber que as inscrições abertas eram para trança nagô juntou o útil ao agradável", contou ela.
Ela contou, ainda, que só de se inscrever despertou o sonho de trançar e ir além:
"Despertou o desejo de trabalhar. Quero começar aplicando na minha família, trançar todo mundo e eles serão a minha divulgação. Com certeza, minha filha de quatro anos será a primeira a ter o cabelo de tranças. Vou começar trabalhando em casa para gerar renda", falou Sehiela.
"Sim, a arte de trançar gera renda", garantiu a instrutora da oficina Elisiane Oliveira Souza. Ela que disse ter conquistado sua independência financeira com o dinheiro recebido na produção de tranças.
"Comecei a trançar cabelos na cozinha da minha casa, porque só tinha dois cômodos. Comecei e nunca mais parei. Hoje, tenho duas casas, tenho um salão de beleza. Tudo conquistado com o dinheiro recebido do meu trabalho de trancista. Atualmente, ampliei o leque de serviços, mas 50% do faturamento do salão são da produção de tranças. Eu sou exemplo real de que empreender como trancista é uma boa opção", disse ela.
Elisiane disse que o serviço está valorizado. Cada trança pode custar entre R$ 15,00 e R$ 20,00. O pacote meia cabeça trançada pode custar até R$ 50,00 e, a lateral R$ 30,00.
"Agora, qualificadas elas só para começar a empreender só do pente fino. E saem daqui totalmente prontas com o kit (composto de um pente de ponta fina e acessórios para acabamento) foi oferecido pela ESPRO para sair trançando", complementou a instrutora.
Maria Valentina de Jesus de 9 anos, esteve no workshop, teve os cabelos trançados e disse que estava feliz pelo fato da mãe aprender porque gosta do colorido dos enfeites das tranças e pelo símbolo de liberdade e cultura negra.
A assessora técnica da UIP, Debora Valadares, acrescentou que o workshop contou, também, com rodas de conversa que abordaram o papel da Unidade de Inclusão Produtiva e a temática do empoderamento feminino. Para falar sobre empoderamento da mulher negra, a UIP convidou a Assistente Social da Semas Goreti Celestino.
O foco da reflexão sobre o empoderamento da mulher negra foi considerado, por ser o dia 25 de julho - Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha.
A secretária de Assistência Social em exercício, Carla Scárdua, disse que quando se educa e qualifica uma mulher, pode esperar crescimento econômico familiar e do território em que vivem.
"Pensar e promover ações que incentivem mulheres a assumirem o protagonismo e empoderarem vão além de dar acesso à política da Assistência Social. Contribuímos para as mudanças de impactos econômicos profundos", disse Carla. (Secom/PMV)
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