SAÚDE

Mulheres vencem câncer de colo de útero e realizam sonho de ser mãe.

Tratamento realizado no Hospital de Câncer de Barretos reduz infertilidade.

Em 08/05/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Quando foi diagnosticada com câncer de colo de útero, a técnica em enfermagem Elen Priscila Crocce temia que um dos seus maiores sonhos não pudesse se tornar realidade. "Fiquei sem chão, com medo, eu tinha 23 anos e poderia não ter filho", relembra.

A apreensão enfrentada por Elen também foi sentida pela auxiliar administrativa Veridiane Giogetti, que já era mãe de um menino de três anos quando descobriu ter a doença. "Eu queria ter mais filhos, sempre quis ter três filhos".

Segundo os médicos, 30% das pacientes com tumores ginecológicos desenvolvem estenose, que é uma complicação que fecha o chamado canal endocervical, provocando desde fortes cólicas menstruais até a infertilidade.

Elen e Veridiane se curaram do câncer de colo de útero, mas as chances de engravidar só aumentaram depois que passaram por um tratamento no Hospital de Câncer de Barretos (SP), referência no Brasil.

Tratamento
O dispositivo, foi desenvolvido pelo cirurgião oncológico Marcelo de Andrade Vieira. O equipamento, que é instalado após a cirurgia para o colo de útero, dilata o canal afetado pela doença e reverte as complicações.

"Quando a gente faz a cirurgia para tratar o tumor, a gente faz o corte e o que fica na paciente cicatriza e o canal que permite a menstruação cicatriza junto e a mulher não menstrua e como consequência o espermatozóide não pode subir, causando infertilidade", explica.

"Tive a ideia de criar um dispositivo que pudesse ficar na paciente por um período até passar o processo de cicatrização e o canal ficar aberto. Ele tem quatro orifícios e a gente fixa no colo do útero e a cicatrização ocorre em torno dele", completa Vieira.

A ferramenta ainda é alvo de testes e é objetivo de estudo em 260 pacientes do hospital para avaliar a eficácia do tratamento entre as mulheres que usam e as que não utilizam o balão para evitar a estenose. Até agora, os resultados são positivos.

Recuperação
Após a cirurgia, Elen e Veridiane conseguiram engravidar e neste domingo (8), têm motivos em dobro para comemorar o Dia das Mães. "O João nasceu em 2015 e com certeza são duas vitórias, uma de ser mãe e outra de ter vencido uma doença que o pessoal tanto tem medo", diz Elen.

"Foi rápido a descoberta, o tratamento, a gravidez, e já em seguida, assim que ela nasceu, teve que esperar o útero voltar ao normal, para retirá-lo, mas retirou e estou curada", comenta Veridiana, que após a doença deu à luz Valentina. "Ser mãe é uma benção, e eu tive essa oportunidade de ser mãe mais uma vez".

Fonte:G1