CULTURA
Museu do Amanhã recebe exposição com obras de refugiados no Rio.
Quatro refugiados participam da mostra, que reúne 11 obras.
Em 13/09/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Estreia nesta terça-feira (13) no Museu do Amanhã, Zona Portuária do Rio, a exposição “Horizontes Possíveis – Arte como Refúgio”. A mostra, que fica em cartaz até 25 de setembro, reúne 11 obras de artistas refugiados que buscaram asilo no Brasil. Um deles, o congolês Keto Kabongo, contou ao G1 parte de sua saga para fugir da guerra em seu país.
"Apareceu uma guerra na nossa província, saí de lá e fui para o porto do Sudão buscar um barco para fugir para o Brasil. Levei 15 dias no mar até chegar aqui", contou Kabongo, que é da província de Ituri, nordeste da República Democrática do Congo.
Para expor no Museu do Amanhã, o congolês disse ter escolhido uma marca de sua cidade natal. "Na minha exposição eu trouxe a obra da cerâmica. Eu queria expressar a cidade da cerâmica", disse o artista plástico.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), desde a Segunda Guerra Mundial o mundo não enfrentava tão grave crise humanitária. Estima-se que mais de 65 milhões de pessoas deixaram seus locais de origem para buscar asilo em outros países, a maioria fugindo de guerras, conflitos armados e perseguições religiosas ou étnicas.
Segundo Felippe Morais, curador da exposição, a mostra tem como um de seus objetivos mostrar ao público a gravidade desta crise humanitária, ainda distante da realidade brasileira.
"Nossa ideia é educar o público sobre a questão do refugiado. O refugiado é um ser humano que tem histórias para contar e vontade de viver. Nessa exposição nós lidamos com a resiliência das pessoas e como a gente imagina certas situações por um ponto de vista muito diferente do nosso", conta do curador.
A exposição é fruto de uma parceria entre o Museu do Amanhã e a Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro. Além de chamar a atenção do público, ela pretende estimular a prática artística como forma de inserir os artistas refugiados na cena cultural carioca e, também, estimulá-los a não abandonar seus trabalhos.
Além de Keto Kabongo, outros três refugiados no Rio também participam da mostra. São eles Serge Makanzu Kiala, que também é da República Democrática do Congo, e os sírios Ali Abdulla e Anas Rjab.
A República Democrática do Congo é uma das nações mais ricas da África e enfrenta há quase 20 anos conflitos armados causados principalmente por disputas de poder. Já a Síria enfrenta, desde 2011, uma guerra civil que já matou mais de 280 mil. O conflito teve origem com protestos contra o governo do presidente Bashar al-Assad e se agravou com o avanço do grupo radical Estado Islâmico sobre o território.
O Museu do Amanhã
O Museu do Amanhã alcançou um marco histórico no último sábado (10), quando recebeu o milionésimo visitante. Durante a comemoração, a família símbolo da marca alcançada recebeu como presente a associação ao NOZ, programa do Museu que oferece acesso irrestrito ao espaço pelo período de 1 ano, além de outros brindes.
Desde sua inauguração em 17 de dezembro de 2015, o Museu do Amanhã reforça seu papel como um importante influenciador de hábitos culturais no Brasil e se consolida como uma das instituições mais visitadas no País.
Fonte: g1-RJ